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Natal português renova tradições
Rodolfo Pinto Silva · quarta, 31 de dezembro de 2014 · @@y8Xxv Em todo o País mantêm-se os grandes pilares da festa natalícia, mas, em cada vila ou cidade, inova-se nos programas que assinalam a data. |
21969 visitas A tradição do Natal renova-se todos os anos. A vivência da quadra pode acrescentar uma outra inovação, mas o convívio das famílias e dos amigos à volta da gastronomia da época, enquadrados com os enfeites que transbordam das casas para as ruas das vilas e cidades são imprescindíveis. Junte-se-lhe os presentes, a alegria dos mais novos – que contagia os adultos – e a Missa do Galo e está desenhada mais uma quadra natalícia. O Urbi@Orbi volta a viajar pelo País para conhecer como é vivida a época. Na constância desta festa há pormenores particulares. Um deles ocorre em Braga. Há três décadas que acompanha o Natal a ida às bananas. Um comerciante local começou a tradição e atualmente “ir ao Bananeiro” significa convívio obrigatório para milhares de famílias e amigos. Na capital do Minho houve um verdadeiro “Natal na Rua”, que até 21 de dezembro apresentou um programa com 300 iniciativas e um bolo-rei a impor respeito: 500 e 900 metros de iguaria. Ainda a Norte, em Trás-os-Montes, Chaves e Mirandela são o repositório de elementos do Natal genuíno, mas não só. Tradicional, na gastronomia – bacalhau, polvo, batata, cozida, couves e enchidos, ou não fosse a região de excelência destes produtos –, mas a acompanhar os tempos, nos presentes.
TABLETS E SMARTPHONES NO SAPATINHO Em Chaves, o comércio local aproveita para fazer negócio, mas as novas tecnologias – smartphones e tablets – são dos artigos com mais saída em algumas lojas. Já em Mirandela, a Missa do Galo é um dos locais onde se podem rever algumas caras. Nesta data, os emigrantes regressam para visitar as famílias e isso nota-se nas ruas. Lousada, no distrito do Porto, é considerado o concelho com maior número de jovens do País. Uma camada da população que não deixa de viver o Natal como as anteriores gerações o fizeram. Há iluminação nas ruas nesta vila do Vale do Sousa, bacalhau e cabrito à mesa e, na corporação de Bombeiros, mesmo no centro de Lousada, um presépio com milhares de figuras. Nas proximidades, no Largo da Feira, o dia 26 tem outra tradição: a Feira das Oitavas. Momento para compras e convívio.
PRESÉPIOS ESPALHADOS POR AVEIRO Mais a Sul, Aveiro, que este ano espalhou a magia dos presépios, num roteiro que se alargou por várias Igrejas e espaços públicos. No mesmo distrito, em Vagos, não faltou música de Natal, mas o reportório foi beber aos temas ligeiros de António Variações, Carlos Paião e Zeca Afonso. Vouzela, no distrito de Viseu, programou atividades para as crianças que acabaram, naturalmente, por mobilizar os adultos. No dia da abertura, o Pai Natal apostou em atividades radicais e desceu à vila a fazer rappel. A proeza foi aplaudida por duas mil pessoas. A capital de distrito, Viseu, por seu turno, investiu para se tornar a cidade-luz. Adornou-se de 275 mil luzes e 200 peças decorativas com desenhos natalícios em 25 zonas da cidade de Viriato. Uma parte desta decoração esteve a cargo das crianças, que participaram através das escolas e jardins de infância. A juntar à valorização das tradições natalícias, do património histórico e da dinamização comercial houve uma vertente solidária. E já se prepara uma passagem de ano de arromba. Na Madeira, mais precisamente no Funchal, o Natal é sinónimo da feira que decorre nas proximidades do Mercado dos Lavradores. Uma romaria natalícia que junta madeirenses e os muitos visitantes que aproveitam a pausa no trabalho desta quadra para conhecer a ilha. Este ano, a festa teve até preocupações ambientais.
O NATAL DA BEIRA INTERIOR E chegamos à Beira Interior. Qual a localidade que não tem o seu Madeiro? É no centro das vilas e aldeias que se juntam os troncos que depois aquecem as conversas e a animação das populações. É assim na Covilhã, que aproveitou a quadra para promover atividades destinadas aos turistas. Se optaram pela gastronomia tradicional, provaram bacalhau cozido com couve portuguesa, peru e cabrito e, no dia seguinte, aproveitaram as sobras para comer a típica “roupa velha”. No mesmo concelho, em Unhais da Serra, regressam os naturais da vila, que não perdem por nada as vivências de há muitos anos: a Missa do Galo, o Madeiro e os enchidos que nele se assam. Um pouco do que se passa em Manteigas, no distrito da Guarda, ou na Bendada (Sabugal), que este ano teve ambiente musical proporcionado pela Sociedade Filarmónica Bendadense. Semelhanças e diferenças portuguesas que se perdem quando se atravessa a fronteira? A resposta é negativa.
MARISCO EM SEVILHA Em Sevilha há particularidades, como ouvir a mensagem do Rei, antes de jantar, ou a preferência pelo marisco, ou não estivesse o mar ali ao lado. De resto, lá como cá, a família convive, as crianças animam-se e há missa à meia noite. Notas de uma festa diferente, mas igual nos seus principais elementos. |
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