Pelas ruas do centro histórico da cidade de Braga sentiu-se o “cheirinho a Natal”’. Com o aproximar do dia mais especial do ano, o centro da cidade recebeu, pelo segundo ano consecutivo, a iniciativa “Natal na rua”, que voltou a trazer consigo animação, diversão e muita cor às artérias do centro da cidade.

Ao longo do dia 21 de dezembro, cerca de três dezenas de iniciativas animaram o centro da cidade. Das 10 até as 23 horas, degustações, concertos natalícios, montras vivas, animação de rua, um “showcooking” com doçaria tradicional e o famoso bolo-rei gigante proporcionaram momentos únicos a bracarenses e turistas Entre as cerca de 30 iniciativas que se realizaram nesse dia destacam-se a atuação do Coro do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian, que envolveu 200 alunos, e o concerto da Associação Lírica ArtEMúsica, que ocorreu no Salão Medieval da Universidade do Minho.

“Braga é um concelho onde a dinâmica natalícia se manifesta pelas mais diversas formas: exposições que decorrem pelos principais espaços da nossa cidade, em manifestações culturais de diversa ordem, aos mercados natalícios (mercado urbano, mercado nazareno e mercadinho de Natal), a iluminação das ruas da cidade até às manifestações do “Presépio ao Vivo de Priscos” que nos colocam no topo mundial ao nível das recriações vivas”, evidenciou Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal de Braga.

Outro dos destaques desta iniciativa é o bolo-rei gigante. Com cerca de 500 quilos e 90 metros de comprimento, este bolo-rei deliciou os mais gulosos que nesta noite andaram pelo centro histórico. A iniciativa é da Associação Comercial de Braga (ACB), que pretendeu rematar um dia recheado de espírito natalício com a degustação da iguaria mais tradicional da época. O doce foi confecionado especialmente para este dia, de formato retangular, e na sua preparação participaram mais de 25 pastelarias da cidade de Braga. Para acompanhar a fatia de bolo-rei foi oferecido vinho de missa com o apoio e a colaboração do Tesouro - Museu da Sé Catedral de Braga.

Fátima Macedo menciona que nesta quadra natalícia se sente muito sensibilizada: "acima de tudo agradam-me bastante todas as atividades que o município faz todos os anos", diz. "O comércio tradicional e as decorações que estão por toda a cidade ornamentam ainda mais o espírito do Natal”, conclui Fátima Macedo.

A ida ao “Bananeiro”, no dia 24 de dezembro, horas antes da consoada, é também uma das tradições mais seguidas pelos Bracarenses. Tudo começou há mais de três décadas na loja Casa das Bananas. Nessa época, o estabelecimento pertencente a Manuel Rio era apenas um armazém de bananas que, para atrair mais clientes, montou um pequeno balcão onde se bebia o vinho moscatel. Quando o cliente pedia algo para confortar o estômago, o proprietário apresentava-lhe uma banana da casa. Esta combinação invulgar ganhou mais força com a pequena tradição que os antigos colegas de liceu do filho do proprietário, Jorge Rio, conhecido na cidade como o “bananeiro”, criaram ao juntarem-se pela altura do Natal, na Casa das Bananas, para brindarem com um cálice de moscatel acompanhado de uma banana. Sem se aperceberem,  o que era um convívio de um grupo restrito de amigos e clientes, passou ano após ano, a ser um ponto de encontro na cidade.

Atualmente, a Rua do Souto é inundada por milhares de pessoas. Todos vão ao “Bananeiro” brindar o Natal com familiares e amigos. Há histórias de amigos de longa data que apenas se encontram uma vez por ano no “Bananeiro”. “Todos os anos venho cá para cumprir a tradição, não posso faltar. Tenho colegas que só vejo nesta época e, desta forma, é uma maneira de conviver e de pôr a conversa em dia”, referiu Pedro Costa, um dos adeptos desta tradição que ano após ano junta cada vez mais pessoas.