Em Manteigas, o espírito natalício fez-se sentir a partir do dia 20 de dezembro com muita animação pelas ruas. O grupo de teatro da Banda Boa União – Música Velha percorreu as ruas da vila para desejar as boas festas. Durante o dia de sábado todas as pessoas que passaram pela rua principal de Manteigas foram recebidas com bastante animação. Manuel Santos, proprietário da papelaria Papelito e responsável pela animação de rua, diz que “é importante dar a conhecer às pessoas as atividades que há em Manteigas, neste caso o grupo de teatro”.

As animações pelas ruas continuaram até ao dia 24 de dezembro: todos os dias, das 10h30 às 20h00, as crianças podiam visitar a Casa do Pai Natal, espaço que lhes proporcionava momentos de magia e alegria. Tinham ainda a oportunidade de tirar fotografias, depositar as suas cartas, fazer desenhos, deliciar-se com guloseimas e passear de charrete, sempre acompanhados pelo Pai Natal. Esta ação foi organizada pelo Município de Manteigas e pretendeu “trazer o espírito natalício à vila, promover o comércio tradicional e a dinamização da economia local”, afirma o vereador Paulo Estrela.

Chegada a noite da Consoada, foi o típico, bacalhau com batatas cozidas e couves, mas há quem opte pelo cabrito, pelo peru assado ou até mesmo pelo polvo cozido. Para sobremesa ficaram as filhós, os sonhos, as fatias douradas e o bolo-rei. Tendo muito ou pouco, todos se reúnem à mesa com a família onde a lareira e o espírito desta época combatem o frio caraterístico desta vila.

À meia-noite realizou-se a Missa do Galo, na Igreja de Santa Maria, celebrada pelo padre Luís Pardal. Durante a celebração foi feita a apresentação os pastores devidamente trajados apresentaram os dons, produtos da terra, o pão e o vinho para a eucaristia.

No final da missa, como manda a tradição, toda a população vai “adorar o menino” beijando o menino Jesus. Este ano foi feito à porta da igreja para que as pessoas seguissem para o madeiro de Natal ao som da música “Glória a Deus” cantada e tocada pelo Grupo Coral.

Luís Pardal, pároco do concelho de Manteigas, diz que a celebração do Natal “entra no imaginário de cada pessoa crente ou não crente”, é uma altura em que se “celebra os valores e a família”. Afirma ainda que a tradição do madeiro de Natal tinha o intuito de “aquecer o menino Jesus na noite fria de Natal” mas que o mais importante é a “união das pessoas” à volta da fogueira.

A noite em que se celebra o nascimento de Jesus terminou aqui para alguns, mas para outros a festa continuou nos vários os cafés que garantiram um ambiente acolhedor. Bruno Batista, habitante da vila, diz que o Natal “é para ser festejado com a família mas que os amigos não devem ser esquecidos”.

As celebrações continuaram no dia 25 de dezembro. A família voltou a juntar-se para almoçar a típica roupa velha feita com as sobras das couves, das batatas e do bacalhau. Prolongou-se pelos dias 26 de dezembro e 1 de janeiro, com o agrupamento de escuteiros de São Pedro a ir de porta em porta cantar as Janeiras nas várias ruas de Manteigas.