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CGTP-IN organiza comemorações
do 1º de Maio
Protestar em festa
POR CATARINA MOURA
A chuva que caiu durante todo
o dia, alheia às convenções humanas, circunscreveu
as celebrações do primeiro de Maio ao Teatro-Cine.
Foi nesta sala, quase lotada, que a Central Geral de Trabalhadores
Portugueses (CGTP), entidade responsável pela organização
dos festejos deste ano na Covilhã, levou a cabo uma festa-comício
que pretendia conciliar "o convívio e o espectáculo
com o protesto, a exigência e a luta".
A actuação dos "Bombos da Casa do Povo do
Paúl" e do agrupamento de Música Popular Portuguesa
"Quadrilha" animaram o público presente, que
pelo meio aplaudiu o discurso aceso e entusiasta do coordenador
da União de Sindicatos de Castelo Branco, Luís
Garra.
No ano em que a CGTP completa 30 anos, o dirigente defendeu um
sindicalismo moderno, revitalizado, actuante, capaz de "lutas
profundas e fundamentais para a sociedade portuguesa".
"Em Portugal ganha-se
muito pouco"
"Em Portugal vive-se mal.
Em Portugal ganha-se muito pouco". Por isso mesmo, Luís
Garra defende que os sindicatos têm que se impor cada vez
mais como uma força opositora, capaz de criar na consciência
colectiva a necessidade de lutar. Por um emprego de qualidade,
estável e remunerado. Por um maior poder de compra, que
os baixos salários e os aumentos dos combustíveis
e, consequentemente, do gás, dos transportes, dos juros
dos empréstimos, das rendas da casa, dos medicamentos...,
vieram deteriorar. Por horários de trabalho cada vez mais
próximos das 35 horas semanais. Pelo aumento das reformas
e pensões. Pela redução do trabalho precário.
Pela formação contínua e qualificada. "Lutas
profundas, pelo direito à dignidade e a uma vida melhor.
Em democracia a minoria submete-se à decisão da
maioria. E é isso que no futuro sucederá em todas
as empresas."
O discurso de Luís Garra terminou entre aplausos, que
se prolongaram à actuação quente e alegre
dos Quadrilha, cuja música melodiosa e sem pretenciosismos
artificiais relembrou ao público que o dia era de festa
e de descanso.
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