A virgindade, por outro lado, ainda é levada a rigor. “Para a etnia cigana é uma vergonha uma rapariga casar e não ser virgem”, afirma Deolinda Vicente. “E tem que mostrar a prova”, ressalta Carla Sofia Gonçalves. Para comprovar, é feito um teste do lençol, com a exibição pública da mancha de sangue provocada pelo rompimento do hímen durante a primeira relação sexual da mulher. Deolinda conta que, se na hora de tirar a prova o rapaz descobrir que a rapariga não é virgem, “ele pode não querer ficar com ela e entregá-la ao pai, dizendo: ‘aqui está a sua filha porque ela não é virgem’”.
Outro costume que costuma ser preservado é a união das mulheres ser apenas com ciganos. “Se for com alguém não cigano, ficamos discriminadas pela família”, conta Carla Sofia Gonçalves. Nesse sentido, é mais fácil o homem casar com uma rapariga não cigana, do que o contrário. Um dos irmãos de Deolinda Vicente, por exemplo, está casado com uma pessoa não cigana e a família a aceita muito bem. De acordo com Deolinda, embora já existam muitas mulheres que se casam com não ciganos, “é bem mais difícil” aceitarem um rapaz sem ser da etnia na família.
Um outro costume que se atualizou é a duração das festas de casamento. Antes, as cerimônias duravam de três a cinco dias, chegando, às vezes, a oito dias de celebração. Hoje, a maioria dos casamentos dura um dia inteiro. “Quem tem mais dinheiro, faz com mais dias”, conta Deolinda Vicente.