“Pretendemos dar uma dimensão nacional a esta academia”

Semana Académica, Provedor do Estudante e novos espaços na sede são alguns dos temas abordados na primeira grande entrevista de João Rey enquanto presidente da Associação Académica da Universidade da Beira Interior.

Urbi@Orbi – Há cerca de dois meses que está na presidência da AAUBI, como é que tem sido essa experiência?
João Rey – É uma função que desempenho, acima de tudo, com muito orgulho. O trabalho é muito, mas não é nada que não estivesse já à espera. Temos já feitas algumas coisas, sobretudo, as mais marcantes, relacionam-se com a pedagogia. Tenho trabalhado de forma bastante directa com a representante da pedagogia e já resolvemos algumas questões prementes que estavam em cima da mesa.  Este é um trabalho que não é visível, e desejamos que assim permaneça, até porque, se tratam de problemas dos nossos colegas e apenas deles. Todavia, a AAUBI apoia os alunos em todas as suas necessidades, de forma anónima. Este é um exemplo de actuação que não dá visibilidade, mas sim um enorme prazer e sentido de responsabilidade.
A pedagogia tem assim tido um papel bastante importante, e cada vez terá mais. Numa universidade como a nossa que já apresenta uma academia com alguma dimensão, existem sempre problemas desta natureza que nós vamos tentando resolver.
Depois houve também algumas acções, nomeadamente ao nível da sede da Associação Académica da Universidade da Beira Interior. Todo o espaço do bar foi remodelado e está prevista a abertura da biblioteca para muito breve. Este espaço vai servir também de complemento às bibliotecas da universidade e estará à disposição dos estudantes até às 4 horas da madrugada.
Outro dos aspectos que julgo ser importante frisar passa pelas acções de formação que estamos a promover para os membros dos núcleos de alunos. Estamos a falar em cursos de liderança e também das áreas das finanças. Isto para que os responsáveis possam gerir os recursos que têm ao seu dispor. Ainda que sejam escassos, quando bem aplicados, podem fazer toda a diferença.
Para além de todas estas áreas, a actual equipa da AAUBI planeou já a Semana Académica. O programa está já fechado e apresenta moldes ligeiramente diferentes. Vai ser um acontecimento interessante, até porque, para além de ser a primeira Semana Académica do País é também um acontecimento que está projectado para que os estudantes não tenham problemas com os seus planos de estudo e com as suas frequências.

Urbi@Orbi – Mas, a antecipação da data de realização da Semana Académica deve-se essencialmente a que motivos?
João Rey – Já no ano passado se decidiu pela realização deste evento, num período ligeiramente mais cedo do que o habitual. Este ano pegamos no calendário e começamos a ver uma série de coisas que eram entraves a que a Semana Académica tivesse lugar nas datas habituais. Pensámos na semana do Dia da Universidade (30 de Abril), mas tinha por ali uns feriados e era complicado, ponderámos também na altura do 25 de Abril, mas a Câmara da Covilhã tem uma actividade a um sábado que se iria “colar” com a nossa Semana Académica. Depois também tínhamos alguma preocupação com os alunos do curso de Medicina. Sem querer dar primazia seja a quem for, devemos tentar incluir todos nas actividades da academia, e como tal, devido ao calendário lectivo destes alunos juntaram-se ainda mais algumas condicionantes às datas onde habitualmente realizamos este evento.
Por tudo isso, a data que ficou decidida, entre 23 e 28 de Março, é, para nós, a mais abrangente e melhor. Para além disso, passa também a ser a primeira Semana Académica do País. Isso em termos de contratações de bandas, de produções e outros, apresenta algumas vantagens. Sempre disse que iria percorrer um caminho de contas equilibradas e essa ideia está sempre presente. Quero, neste mandato, solidificar os projectos que estavam a decorrer na AAUBI e a Semana Académica é um desses projectos.
Vai ter lugar no pavilhão da Associação Nacional dos Industriais de Lanifícios (ANIL) e vamos ser nós a realizá-la do princípio ou fim, ou seja, não vão existir concessões a entidades externas à AAUBI. Esta não é uma crítica a quem, em outros tempos, concessionou as actividades da academia, é apenas uma forma de dar a conhecer a nossa maneira de estar e de actuar. Como direcção, em termos de associativismo, achamos que o que deve ser feito é que quem deve fazer e quem participa é quem, realmente, está nos projectos. Basicamente foi também essa a intenção de mudanças na Semana Académica, onde queremos abranger o maior número de estudantes que nos seja possível, coordenar isso com as actividades da cidade, que também são importantes e também com iniciativas de outras academias.

Urbi@Orbi – Vamos então continuar a ter os eventos de maior relevância na AAUBI, organizados e coordenados apenas pelos membros da “Casa Azul”?
João Rey – Achamos que se noutras áreas, como é o caso da Pedagogia, que não podemos nem queremos concessionar a ninguém, as nossas capacidades têm de ser reveladas e utilizadas, também nestes casos, de actividades mais culturais e de lazer, temos de ser nós a promover tudo isso.
Quem vai para uma associação tem de sentir que a equipa, ou o conjunto de pessoas que está a trabalhar, tem capacidades para realizar tudo aquilo a que se propôs e é essa a nossa intenção. Quer na área cultural, quer na pedagógica, passando pela acção social e outras áreas temos de mostrar as nossas potencialidades e capacidades de realização de actividades.

“Trabalhamos para os estudantes da UBI”

“Os meus colegas estão sempre em primeiro”

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