Latada enche Ruas da Covilhã
Os estudantes da UBI saíram à rua na passada quarta-feira, dia 29 de Outubro, para cumprirem mais uma tradição. A Latada, o ponto alto da Recepção ao caloiro, encheu as ruas da Covilhã com o espírito académico que lhe é característico. É um desfile onde os novos alunos, dos vários cursos, procuram vencer os prémios a concurso através da originalidade das roupas, carros e canções.
> Inês Pinto Leite
Caloiros, veteranos, carros alegóricos e muita bebida inundaram as ruas da Covilhã para mais um cortejo académico. As ruas encheram-se da habitual cor dos vários cursos a desfile que, com os seus temas e gritos de guerra, tentaram disputar o pódio entre si.
O desfile põe à prova a originalidade e a criatividade dos caloiros, teve início em frente à universidade, pelas 15h30, e terminou no Pelourinho, junto à Câmara, onde cada curso cantou um discurso, a prova final.
A euforia reinou naquele que é o momento mais alto da Recepção ao Caloiro, a Latada . Uma tarde onde não faltaram cor, alegria, crítica e muita animação, fazendo, assim, as delícias de miúdos e graúdos que estavam a assistir.Que o diga Elisabete Silva, que veio de Viseu para assistir à latada onde “desfilava” a sua filha, Vanessa Ribeiro, caloira de Biotecnologia. “É a primeira vez que assisto à latada. Estou a gostar muito da diversão, é tudo muito engraçado, é pena estar tudo tão demorado”, confessa. O atraso não permitiu a esta mãe permanecer na Covilhã para assistir ao desfecho do cortejo, mas Elisabete diz ter valido a pena. “Como somos de longe e não gostamos de fazer a viagem de noite, temos que ir embora”, explica.
A carroça do vinho , que já é tradição neste evento, lidera o desfile, transportando o nobre néctar "Pedra de Urso" que serve de apoio na satisfação da sede dos participantes. O curso de Engenharia Aeronáutica, vencedor da Latada do ano passado, deu início ao desfile. Os “aeronautas” inspiraram-se no filme “StarWars – A Guerra da Estrelas” e construíram uma nave espacial. Os seus caloiros foram vestidos de guerreiros galácticos, recriando algumas personagens do filme.
Logo atrás seguia Medicina, curso vencedor do Baptismo , que recorreu a desenhos animados e destacou-se pelo amarelo forte das roupas e pelos dois bonecos enormes do “Winnie de Pooh” e da “Abelha Maia”. Os seus caloiros vestiram a farda de abelhas. Os novos estudantes de Arquitectura, que seguiam em sexto lugar, retrataram “A queda do império Grego”, sendo o carro uma recriação do “Parténon”
Esta iniciativa, que põe fim às praxes académicas, foi aproveitada para lançar algumas críticas através de cartazes com frases imaginativas, que também fizeram parte da festa. O teor das mensagens variava entre as críticas e os comentários menos simpáticos aos cursos rivais. As críticas incidiam, sobretudo, sobre o valor das propinas, o atendimento e as filas de espera dos serviços académicos, as cantinas e, também, o próprio reitor da universidade, sempre num tom de boa disposição.
Se inicialmente vários foram os que estranharam as praxes, muitos também acreditam vir a sentir saudades da velha rotina de “caloiro”. É o caso de Raquel Loureiro, estudante de Ciências da Comunicação, que afirma ter sido complicado a adaptação inicial à rotina exigente das praxes. “Achávamos que não íamos conseguir aguentar o ritmo e chegamos mesmo a pensar em desistir. No entanto, agora que está a chegar ao fim é óbvio que vou ter imensas saudades, afinal criaram-se laços muito fortes entre todos nós. No final, vou chorar de certeza!”, confessa.
No meio das cantorias, das coreografias e do barulho característico deste cortejo, mais um aluno manifestou a sua opinião em relação à “tão esperada latada”. Pedro Ferreira, estudante de Engenharia Aeronáutica. Apesar das manifestações de emoção e diversão, o “caloiro”estava consciente da herança que ele e os seus companheiros tinham em mãos. “Acima de tudo queremos divertir-nos, mas temos consciência de que temos uma grande responsabilidade, dado que vencemos a latada do ano anterior e queremos repetir o feito. A diversão é importante mas em primeiro lugar está o trabalho".
Numa tarde, em que a diversão era o ingrediente principal, o consumo de álcool foi uma constante, pelo que a presença das ambulâncias também se fez sentir, para levar os que mais se aventuraram na bebida ao serviço de urgências do Hospital Pêro da Covilhã.
Acabado o desfile pelas ruas da cidade, e cumprida a tradição de destruir os carros, a festa transferiu-se para o pavilhão da ANIL. O espaço encheu para receber o Festival de Tunas que contou com a presença das tunas da UBI: Moçoilas, Desertuna e Já B’UBI e Tokuskopos. O ponto mais alto da noite foi o anúncio do vencedor da Latada: curso de Medicina, que tinha sido desqualificado na latada de 2007, foi o vencedor do desfile, cabendo a Engenharia Civil o segundo lugar. O terceiro lugar, este ano, foi atribuído a dois cursos, Arquitectura e Psicologia, situando-se depois os restantes cursos .
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