UBI acolhe reunião ibérica de sindicalistas
Várias dezenas de sindicalistas portugueses e espanhóis estiveram reunidos, na passada semana, na UBI. Debater os problemas laborais de ambos os países e delinear estratégias conjuntas de acção foram alguns dos trabalhos deste encontro onde também se destacou o papel do Observatório para o Desenvolvimento Económico e Social da UBI.
> Eduardo AlvesFoi através da análise da conjuntura actual que se lançaram as medidas para o futuro, em termos sindicais. O seminário de cooperação transfronteiriça e inter-regional, que decorreu na passada semana, na UBI, serviu essencialmente para essa finalidade.
Num encontro onde estiveram presentes várias dezenas de sindicalistas, afectos a quatro instituições debateu-se também o futuro da União Europeia e os novos fundos estruturais e a cooperação inter-regional que decorre entre 2007 e 2013. O encontro organizado pelas Comisiones Obreras de Castilla y León foi antecedido por uma assembleia-geral do Comité Sindical Inter-regional de Castilla y León/Beiras Nordeste de Portugal.
Luís Garra explica que com a reunião magna de sindicalistas dos dois lados da fronteira surgiu o momento para falar nas questões de desenvolvimento e de cooperação transfronteiriça, “daí que tivesse havido intervenções sobre a análise da situação económica dos dois países”. Foi precisamente com este sentido que o papel do Observatório para o Desenvolvimento Económico e Social da UBI foi relevado. Esta estrutura e os seus estudos têm sido acompanhados com “bastante atenção” por parte dos responsáveis sindicais. Até porque, “em determinados momentos, os estudos do Observatório constituem “libelos” acusatórios daquilo que são as políticas económicas e sociais no País, que saindo de um observatório que tem como centro a UBI, ganha mais importância”, sublinha Luís Garra. Uma ideia baseada no facto de “muitas vezes, as conclusões destes trabalhos científicos dizem o que nós dizemos, mas porque o preconceito em relação ao que nós dizemos é forte acabam por ter mais impacto e uma maior credibilidade”.
Neste encontro, onde também foram apresentadas as diferentes realidades laborais e aquilo que são os projectos para a cooperação transfronteiriça, o papel do observatório acabou por ser referido como o de “um bom elemento”. Desta forma, os responsáveis pelo Comité Sindical Inter-Regional esperam agora promover “uma maior interligação e cooperação do movimento sindical com essa estrutura, dentro dos limites que tem esse observatório e sem que com este espírito de cooperação se esteja a querer transformar esse observatório num instrumento da União de Sindicatos”, sublinha Garra. Uma interligação que surge porque “achamos que existem estudos feitos por esse organismo que são rigorosos e independentes e têm uma credibilidade que serve muito bem para o nosso trabalho” acrescenta este responsável.
Neste encontro “foram intervenções muito positivas que nos deram o enquadramento da situação económica e por outro lado, quais as linhas de intervenção que existem no QREN para a cooperação e também foi dado a conhecer o que existe de projectos comuns entre Castilla y León e a região Centro de Portugal”. No desenho deste cenário foram bem marcadas as grandes disparidades e acima de tudo “um problema que importa corrigir”. Uma das grandes conclusões desta reunião magna aponta para o facto de “serem escassas as intervenções articuladas entre os dois países”. Um aspecto “que tem de ser corrigido”, lembra Garra. Nesse sentido foram avançados alguns projectos que têm como objectivo, criar pontes entre as duas regiões.
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