Duas realidades num espaço comum
A região central da Península Ibérica a fronteira entre Portugal e Espanha, mais que uma marca geográfica, assinala duas realidades sociais bastante distintas.
> Eduardo AlvesNo encontro da Covilhã, uma das questões transversais foi a da situação laboral que se vive nos dois países. Portugal e Espanha estão hoje separados por uma fronteira “que é mais psicológica”, diz Luís Garra, coordenador da União de Sindicatos de Castelo Branco, mas que também “serve para assinalar as diferenças entre as remunerações salariais”.
As principais diferenças situam-se logo ao nível do rendimento disponível. Quando aderiram à CEE, em conjunto, “Portugal e Espanha partiram de um nível de desenvolvimento muito aproximado e o que é um facto é que a Espanha disparou e está hoje praticamente integrada no núcleo dos países mais fortes economicamente e Portugal andou para trás”. Garra lembra que “fomos ultrapassados pela Grécia e pela Irlanda e agora já, no alargamento da Europa a 27, Portugal já se situa no 18º, 19º lugar. Isto é, temos andado em retrocesso”.
Daí que um dos índices onde Portugal se mostra menos competitivo é precisamente, nos salários. O dirigente sindical lembra que quando Espanha estiver a atingir os 800 euros de salário mínimo, “Portugal estará nos 500”. Uma diferença bastante acentuada que “a não ser corrigida irá provocar ainda mais incidências negativas ao nível dos fluxos migratórios entre Portugal e Espanha”.
[Voltar]
Multimédia