A electrónica parece estar-lhe no corpo, tal como a magia das telecomunicações e a esquematização da Engenharia. Carlos Salema recorda-se de gostar destas áreas desde sempre. Terminado o ensino secundário numa escola da capital decidiu-se, de imediato, pelas Engenharias. Ingressa no Instituto Superior Técnico onde se licencia em Engenharia Electrotécnica. Um curso “de seis anos” que o conduziu posteriormente a um doutoramento, “na mesma área”, realizado no Queen Mary College, da Universidade de Londres, em 1972. De regresso a Portugal e ao Técnico, consegue a agregação a este instituto, na área da Engenharia Electrotécnica em Antenas. Actualmente é professor catedrático da instituição lisboeta, no Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores.
Actualmente com 65 anos vai continuando a ligar o ensino com o mundo empresarial, “mas já não da forma como gostava”, sublinha. Foi talvez esta estreita parceria que manteve entre o mundo do ensino e o das empresas que o levou a criar o Instituto de Telecomunicações, ao qual preside. Para além disso, o seu trabalho na área de formação base tem sido reconhecido, ao longo dos tempos, por diversos quadrantes académicos, empresariais e sociais, pelo que já foi distinguido, por duas vezes, pelos alunos do IST, como o melhor professor de Engenharia Electrotécnica.
No ano da “Revolução dos Cravos”, pouco depois de ter conseguido o seu doutoramento, Carlos Salema é agraciado com o Prémio Marconi, uma distinção atribuída pelo Institute of Electrical and Electronic Engineers (IEEE). Desde essa data que a sua ligação a instituições de vulto, nesta área, tem sido uma constante. Salema foi director do Centro de Cálculo do Instituto Superior Técnico, durante dois anos, entre 1983 e 85, foi também presidente da Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica, entre 1986 e 1989, presidente adjunto para os Assuntos Pedagógicos do Instituto Superior Técnico entre 1993 e 1996, e esteve também ligado à Academia de Engenharia e Academia das Ciências. É membro, desde 1989, da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações e também da Comissão de Acreditação e Qualificação, da Ordem dos Engenheiros. Ainda assim, a sua maior “criação” na área das Engenharias, foi o Instituto de Telecomunicações, o qual dirige há mais de 15 anos.
“É fundamental estabelecer as missões da Universidade”
“Estava na altura das universidades terem estatutos adaptados ao tempo”
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