Urbi @ Orbi – Como vê a UBI hoje?
Carlos Salema – A Universidade da Beira Interior tem evoluído muito nos últimos tempos. Mas gostaria de salientar que não conheço a UBI toda, todos os seus Departamentos e estruturas, sobretudo as mais recentes. Aquilo que conheço muito bem é toda a parte da Engenharia e tive a honra e o prazer de estar nas comissões de acreditação e na última comissão de acreditação do curso de Engenharia Electrotécnica. Daí poder dizer que desde os últimos cinco ou seis anos, até agora, as coisas evoluíram de maneira bastante positiva.
Claro que esta evolução não quer dizer que chegámos ao óptimo, até porque o óptimo é uma definição idealista. Penso que a instituição está num patamar em que tende para o óptimo, mas não é ainda.
Existe algum caminho a percorrer, sobretudo na parte da investigação. Na parte da organização da investigação, esta universidade ainda é jovem, tem muita gente nova e muitas estruturas ainda não estão, como se costuma dizer, “oleadas”. O motor ainda está um bocadinho “preso”, mas penso que está no bom caminho para se assumir como uma instituição de referência. Em jeito de brincadeira, se para mim, a Universidade da Beira Interior não tivesse evoluído da forma que o fez não teria aceitado o convite para ser um dos membros cooptados da sua Assembleia Estatutária.
Urbi @ Orbi – E este convite para integrar a Assembleia Estatutária da UBI, o que é que representou para si?
Carlos Salema – Foi uma surpresa muito grande. Mas uma surpresa que se transformou em alegria, isto porque tenho muito prazer em ajudar todas as instituições, na medida daquilo que sou capaz e dos meus conhecimentos nesta área. Do ponto de vista global, esta é uma das melhores decisões para o Ensino Superior, nos últimos tempos. O novo Regime Jurídico das Instituições (RJIES) vai permitir trazer gente de fora da universidade, com novas visões, novas perspectivas, com um ponto de vista que eventualmente é diferente daquele que naturalmente decorre das pessoas que estão aqui.
Urbi @ Orbi – Foi sempre uma figura do ensino ligada às empresas. Mas actualmente já não é tanto assim, ou continua a desempenhar funções nas duas áreas?
Carlos Salema – Trabalhei mais de vinte anos em empresas, tempo no qual sempre fiquei ligado às universidades e instituições de ensino. Isto até aparecer o actual Estatuto da Carreira Docente. Actualmente isso já não acontece, e acho bem, dedico-me mais o ensino. Mas ainda assim, penso que se caiu um pouco no exagero, com essa mudança.
Perfil de Carlos Salema
“É fundamental estabelecer as missões da Universidade”
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