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Perfil

> Eduardo Alves

Paulo Rodrigues Lima Vargas Moniz nasceu em Julho de 1962 na cidade de Lisboa. Todo o seu percurso académico é feito na Capital, desde a escola primária até ao doutoramento em Gravitação e Cosmologia, na Faculdade de Ciências de Lisboa. Este astrofísico é apaixonado confesso pela investigação. Tanto assim é que “enquanto esperava pela constituição de um júri para defender a minha tese de doutoramento, comecei logo a trabalhar num projecto de pós-doutoramento”. É com este projecto que consegue, em 1993, uma bolsa da União Europeia. Durante cinco anos, Paulo Moniz passa a ser investigador da Universidade de Cambrigde, na Grã-Bretanha, onde trabalha na equipa do professor S. W. Hawking. “Um dos momentos mais altos e mais marcantes da minha vida”, segundo este investigador. Foi em Cambrigde que “consegui sentir o que é estar na Liga dos Campeões da investigação, aprendia ali imenso, aprendi o que é preciso para estar no topo e é uma vantagem que tenho, o de o meu raciocínio”. Apaixonado por Inglaterra, de onde ganhou o gosto pelo cricket e pelo rugby, conseguiu, em terras de “Sua Majestade”, duas menções honrosas. Uma primeira em 1995 e outra em 1997, atribuídas pelo Gravity Research Foundation no âmbito das suas investigações em cosmologia quântica supersimétrica. “Vim para a UBI em 1998 para criar um instituto ligado à gravitação e à cosmologia”, ideia que “ainda não foi conseguida”, mas que não está esquecida. Actualmente Paulo Moniz tem mais de uma centena de trabalho científicos publicados e é referee e adjudicator de várias revistas internacionais. Mostra-se “bastante decepcionado porque em Portugal não há uma aposta eficiente na juventude e em quem pode inovar. Quem pode inovar são os jovens e as ideias loucas destes”, confessa.
O que mais me provoca emoção é o génio das pessoas, “como por exemplo, quando se toca piano, uma sonata de Beethoven, e sente que há ali algo de genial, de único naquele músico, que pode ser muito próximo de Mozart, mas ainda assim não é uma cópia é um algo mais”. Nesta matéria, Moniz acrescenta ainda o exemplo da pintura. “Recordo-me de um quadro do Delacroix que está exposto no Louvre onde o pintor consegue dar textura, dar relevo às riscas de um tigre, transforma o seu quadro em algo quase real”.

“A captação de novos alunos deve estar primeiro que tudo”

“Temos de definir onde queremos ser os melhores”

“Há que reconhecer quem investiga, quem é autónomo”



"Em Inglaterra, consegui sentir o que é estar na Liga dos Campeões da investigação"


Data de publicação: 2007-01-09 00:00:00
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