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Santo António vira "Santa Engrácia"
Rui Mendes e Sara Coelho da Silva · quarta, 30 de mar?o de 2011 · Aquilo que começou por ser um arrojado projecto imobiliário na Covilhã acabou por se transformar num lugar abandonado. Muitas foram as soluções já propostas para a Torre de Santo António, mas o edifício de vários andares continua inacabado e estático. |
A devoluta Torre de Santo António já criou raízes no imaginário covilhanense |
22037 visitas Em 2002, depois de décadas parado, o processo referente ao prédio de Santo António ganha um novo e aparente desenvolvimento. A Câmara Municipal da Covilhã toma a decisão de demolir o imóvel que há anos afecta a paisagem covilhanense, aguardando a conclusão das obras que nunca chegaram. Galeria de imagens: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Assim, o tempo vai passando e o edifício vai-se deteriorando. Qualquer leigo em Engenharia depara-se com um cenário de desolação ao chegar a Santo António. Paredes entaipadas, fissuras no edifício, janelas partidas, vegetação dentro do prédio, entulhos e lixos variados à volta da construção, buracos a céu aberto prontos a vitimar o mais incauto transeunte, tudo isto podemos observar quando chegamos ao local. No entanto, esta realidade não é percepcionada da mesma forma pelas entidades competentes. Em Fevereiro de 2009, o arquitecto da obra inicial, Fernando Pinto de Sousa, nas suas conclusões sobre o edifício, refere que o mesmo "garante a existência de condições de acessibilidade a pessoas com necessidades especiais". A Associação Nacional de Protecção Civil, num documento de Maio de 2007, também não encontra nada de especial quanto à categoria de risco do prédio, considerando mesmo o parecer “favorável”. Mas se há tantos pareceres favoráveis e se o acordo entre as entidades responsáveis já está há muito celebrado, porque é que a obra não avança? Esta é uma das muitas perguntas que se podem fazer quando se olha para a estagnação deste projecto. Porém, uma possível resposta para esta questão é o quinto ponto do Protocolo de Acordo celebrado entre a autarquia e a Caixa Económica Montepio Geral. "O presente acordo cessa quando, por falta não imputável às partes, se torna objectivamente impossível realizar o seu objecto". Ou seja, a não ser que alguma anomalia imprevista se dê no terreno o acordo permanecerá sem que nada seja feito e sem que nenhuma das partes tenha prejuízos. Uma vez que legalmente não foi estabelecida uma data de conclusão das obras. Assim corre-se o risco de as obras durarem ad eternum, sem nenhuma entidade ser apontada como responsável. Obras de Santo António que viram obras de "Santa Engrácia". |
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