Jornal Online da UBI, da Região e do RestoDirectora: Anabela Gradim |
Como se Estuda Medicina na UBI?
Sara Figueiredo · quarta, 17 de novembro de 2010 · @@y8Xxv A discussão aberta, sobre um conjunto de assuntos pedagógicos, foi motivo para que estudantes, professores e funcionários da Faculdade de Medicina se reunissem no Grande Auditório, durante a tarde de terça-feira. |
Primeiro fórum de discussão médica na UBI |
22013 visitas
O Núcleo de Estudantes de Medicina da Universidade da Beira Interior (MedUBI), em parceria com a Faculdade de Ciências da Saúde (FCS), organizou no passado dia 9 de Novembro um fórum de reflexão acerca da realidade da Educação e Formação Médica na FCS. "Dar a conhecer os processos técnicos utilizados nas avaliações em computador, nomeadamente processos informáticos, desde o momento da avaliação até à saída das notas, mostrar os critérios utilizados para avaliar as perguntas de exame, promover a partilha de ideias e sugestões para o futuro da FCS e apresentar o Regulamento de Avaliação do Mestrado Integrado em Medicina, recentemente aprovado pelo Conselho Pedagógico", foram os objectivos do evento, apontados por Juliana Sá, presidente do MedUBI. Para esta responsável "o contributo e feedback por parte dos alunos de Medicina, neste fórum, é fundamental, porque o que se pretende é que sejam apresentadas novas propostas face a dificuldades sentidas, para que haja uma formação cada vez melhor". O processo de avaliação, com uma grande componente informática, e os critérios utilizados para a valorização das perguntas, são os aspectos que mais dúvidas suscitam nos alunos da FCS. Juliana Sá refere que "estes indiciam até a criação de mitos pelos corredores da Faculdade, que precisam de ser desmistificados". Após o processo de formulação das questões de teste, por parte de cada docente, é feita uma reunião para a sua avaliação. Isabel Neto, pró-reitora para a Educação Médica, explica que "é na discussão das perguntas que muitas vezes se detectam erros". Salienta ainda a importância do "equilíbrio" das perguntas, segundo objectivos e níveis cognitivos a avaliar. "Um teste não deve conter apenas perguntas de memorização, que apelam só a factos. As perguntas também devem conter questões destinadas à resolução de problemas que apurem a capacidade de relação entre dados, apelando a vários níveis cognitivos". Do controlo de qualidade sobre as perguntas faz parte uma segunda fase. Depois do teste feito pelos alunos, procede-se a uma análise estatística que incide sobre o índice de discriminação e o índice de dificuldade ou facilidade de uma pergunta. Isabel Neto, afirma que "esta análise debruça-se, sobretudo, sobre dois grupos, um forte e um fraco, os que manifestam mais e menos empenho no teste". Para esta docente, "a utilização de instrumentos de avaliação válidos e fiáveis permite torná-la mais justa, premiando os alunos que sabem e penalizando os que não sabem". O evento foi iniciado com a apresentação do Alert Student, uma ferramenta inovadora para o ensino e aprendizagem de Medicina, lançada pela Alert no passado dia 20 de Maio. Marlene Lampaca, project manager do Alert Student, explica que esta é "uma aplicação gratuita, destinada aos alunos das Faculdades de Medicina de Portugal, que integra conhecimentos de ciências básicas e conceitos clínicos". Sublinha ainda que o "Alert Student é vantajoso na medida em que pretende construir uma rede interactiva de conhecimentos que envolva alunos, professores e médicos, através da organização, personalização e partilha de informação". "Como se Estuda Medicina na UBI?" contou também com a apresentação do funcionamento do Gabinete de Qualidade de Ensino e Metodologia de Avaliação e do Regulamento de Avaliação no Mestrado Integrado em Medicina. A apresentação deste último ficou a cargo de Miguel Castelo-Branco, Presidente da FCS, para quem "a organização da UBI deve ter como intuito garantir que o produto de formação em Medicina é uma pessoa que vai ser capaz de exercer a sua função adequadamente". Satisfeita com o fórum, no final, Amélia Pita, aluna de Medicina, refere que "o evento foi extremamente útil uma vez que potenciou de forma directa a capacidade de reclamar e de sugerir". Adverte que é " importante experienciar este tipo de acções, já que as grandes evoluções em termos de planos curriculares e tudo o que tenha a ver com o ambiente universitário, partem de discussões abertas, de um papel activo de responsabilidade, neste caso do aluno, perante o ensino superior". Este evento ficou marcado pela fraca adesão, provocada pelo mau tempo que se fez sentir no dia, no entanto o MedUbi mostra-se empenhado na criação de ideias para novos projectos. "No futuro gostaríamos de organizar um evento semelhante, mas sobre conhecimentos em si, processos de ensino e aprendizagem".
|