O cristianismo é uma das religiões monoteístas mais significativas do mundo. As suas crenças encontram-se efectivamente relacionadas com o judaismo, no qual teve origem. A base central da fé cristã é a crença na salvação, tornada possível através da crucificação e Ressureição de Jesus de Nazaré.
Os primeiros cristãos formaram uma comunidade local que começou a chamar a atenção de muitas pessoas. No início visto como uma seita judaica, o cristianismo repentinamente explodiu num movimento religioso expansivo. A ressureição de Jesus Cristo, que se celebra na Páscoa, é vista como o acontecimeto mais central do cristianismo.
“ Desde Cristo resssuscitado há mais de dois mil anos, a Humanidade vive em caminhos de ressureição: contra tudo o que é mal, opressão, ignorância, erro, infelicidade, tristeza. Cristo garantiu-nos o triunfo final. Celebrar a Páscoa é fazer a passagem para o homem novo, para uma nova vida, cheia de esperança, com mais alegria, e mais gosto pela vida e pela forma de conviver, dando-lhe mais sentido”, explica a revista mensal Rosário de Maria.
É através de cultos, sacrificios e cerimónias, que as pessoas tentam estabelecer contacto com uma força superior. Os individuos fazem-no em busca de proteção, mas também dominarem os seus medos e ansiedades. O cristianismo é igualmente um ponto de refúgio para os seus crentes. O testemunho da Ressureição de Jesus é visto como um ponto de partida, no fundo, um (re)começo. E como não poderia deixar de ser, transporta consigo muitas tradições, umas mais presentes do que outras. É o caso do “coelhinho da páscoa” e dos ovos, que por esta altura são cozidos e pintados por pequenos e graúdos. As figuras esboçadas nos ovos passam por pinturas e desenhos abstractos. Em pleno século XXI, já poucos são aqueles que cozem e pintam os ovos, pois os ovos de chocolate com surpresas vieram arrebatar esta tradição.
Na antiguidade, nomeadamente no Egipto, o coelho era uma figura ligada ao nascimento e à vida nova, embora também estivesse intimamente relacionado com a lua. É notório portanto, que o coelho se tornou um símbolo comum aos nossos olhos nesta temporada pascal, devido não só à sua imagem intensamente comercializada, mas também devido à sua ligação com a lua, uma vez que é esta que determina o dia da Páscoa. Este festejo é sempre celebrado entre os meses de Abril ou Março, estando sempre dependente das mudanças lunares, ou seja acontece sempre depois da primeira fase da lua cheia.
Outra razão poderá estar relacionada como facto deste animal ter uma enorme capacidade de gerar novas vidas. Os coelhos conseguem procriar grandes ninhadas e são um símbolo de fertilidade. Como a Páscoa é sinónimo de um (re)começo, tanto para os seguidores da religião cristã como para os judeus, a associação entre ambos os símbolos acaba por ser evidente.
A Pomba ou Colomba pascal é outra tradição trazida pela Páscoa, apesar deste pão açucarado em forma de pomba, como é caracterizado, estar a cair no esquecimento. O que não passa de moda é o folar, doce tradicionalmente português, principalmente nas regiões de Chaves, Trás-os-Montes e Valpaços. A forma, o conteúdo e a sua própria confecção mudam conforme as regiões portuguesas. Podem ir desde o salgado ao doce, com as mais variadas formas. Em algumas receitas é posto em cima do doce um ovo cozido com casca. O recheio do Folar de Chaves como é conhecido pode ser de carne de vitela, porco, presunto, salpicão, linguiça, pedaços de coelho, frango ou cabrito. Os folares doces, normalmente, são compostos apenas de massa levedada, confeccionada com ovos, manteiga e farinha.
É no Domingo de Páscoa, dia da Ressurreição, que muitas famílias recebem em suas casas o “compasso”, um cortejo composto por um representante da igreja, e dois acompanhantes: um que carrega a cruz, e outro com a campainha, e que anunciam a Ressurreição do Senhor. Este ritual tem a finalidade de fazer chegar a cada família a mensagem de esperança e salvação características deste dia, sendo que antes de o grupo abandonar a casa, cada membro da família beija a cruz e é benzido com água benta. Os tapetes florais feitos pelos católicos estão à entrada de todas as residências que aceitaram que nela entre a mensagem de Jesus de Nazaré. Estes tapetes são compostos por pétalas de flores da época, normalmente lançados para o chão deixando a perfeição de outros tapetes florais para trás. O importante é conduzir o “compasso” para as moradas abertas.
A Páscoa é uma das datas comemorativas mais importantes entre as culturas ocidentais. O tempo pascal é o mais forte de todo o ano, inaugurado na Vigília Pascal e celebrado durante sete semanas até ao Pentecostes, dia em que o Espirito Santo apareceu aos seguidores de Jesus.