O Encontro Nacional de Estudantes de Economia e Gestão (ENEEG) realizou-se pela quarta vez na cidade da Covilhã. A 18ª edição do evento decorreu entre os dias 28 de fevereiro e 3 de março, e nele se debateu o presente e o futuro das áreas económicas, bem como as circunstâncias que os futuros profissionais irão encontrar. A Universidade da Beira Interior acolheu mais de 600 estudantes oriundos de todo o país, bem como os 25 oradores divididos por seis painéis de debate. A sessão de abertura teve lugar no Grande Auditório da Faculdade de Ciências da Saúde (FCS), e contou com as intervenções de representantes da Universidade, da Câmara Municipal da Covilhã e da organização do evento. O primeiro dia terminou com um debate onde o desporto se juntou à economia. 

João Canavilhas, vice-reitor da UBI, falou abertamente para uma plateia lotada, afirmando que esta é “a geração que substituirá as pessoas dos lugares de decisão”. Olhando para os problemas internos, João Canavilhas reconhece que a divulgação da Universidade é um dos maiores entraves que a reitoria encontra, isto porque não se trata de uma instituição presente num grande meio urbano. O vice-reitor afirma que a UBI está ao nível de universidades como as de Lisboa e Porto, esperando que os alunos saiam da Covilhã com um olhar diferente daquele com que chegaram, ajudando, mais tarde, a acabar com os preconceitos entre o litoral e o interior.

Do lado da organização, Ricardo Nora assume que esta é uma oportunidade de colocar a cidade no centro nacional, equiparando as áreas da economia e gestão da UBI às dos estabelecimentos do litoral, assume o organizador. Nora confessa que esta é uma edição diferente das outras, começando pelo número de oradores que aumentou substancialmente. A organização procurou sobretudo nomes de peso nacional e não antigos alunos como era recorrente anteriormente. O número de divulgações do evento foi de tal forma superior que se estabeleceu um novo recorde, o que permitiu que as 600 vagas fossem ocupadas em apenas três horas. Os participantes ficarem hospedados em hotéis ao contrário das últimas edições, onde pernoitavam em hostels. No entanto, Ricardo Nora reconhece que a Covilhã ainda está longe das grandes cidades, olhando para o “quebra-cabeças” com que se depararam para transportar os alunos, levando a que diversas associações optassem por transportes privados em detrimento dos públicos.

O primeiro debate da edição deste ano juntou a economia e o desporto numa conversa improvável. O campeão olímpico de judo, Nuno Delgado, e João Marques, da empresa de telecomunicações Nokia, sentaram-se no mesmo sofá e responderam às questões de Jorge Esteves, jornalista da RTP, bem como de vários elementos da plateia. Nuno Delgado, refere que o desporto se relaciona com a economia, no sentido em que “nos ajuda a preparar para a vida”, e hoje em dia “nada se faz sem o vínculo à economia”. O desporto tem um papel fundamental no desenvolvimento pessoal, tanto “na confiança como na capacidade de interagir com os outros”, menciona o antigo judoca. Para Nuno Delgado, ser um bom líder “é não copiar os modelos, mas sim descobrir quem somos”, aproveitando as melhores capacidades de cada um.

João Marques revelou que a Nokia está a trabalhar em equipamentos ligados à saúde, sem se alongar muito devido a contratos de confidencialidade. Para o representante da marca finlandesa, a “palavra do futuro será criatividade”. Colocou as questões do desemprego de lado, João Marques referiu que haverá sempre trabalho para os bons profissionais, num claro conselho aos estudantes.

Concluído o primeiro debate do ENEEG 2018, houve ainda tempo para José Redondo, filho do fundador da marca “Licor Beirão”, falar do seu produto e abordar, de forma divertida, a estratégia de marketing da empresa. Os alunos seguiram depois para o jantar e começaram a preparação para aquela que foi a primeira noite festiva do encontro nacional.

O Urbi et Orbi acompanhou ainda o painel da tarde do dia 2 de março, subordinado ao tema “Comunicação e Excelência Empresarial”.