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Festival Y: os grandes espetáculos contemporâneos em pequenas cidades
Clarissa Pion e Cláudia Fonseca e AAA · quarta, 29 de novembro de 2017 · Após um ano ausente, o Festival Y - festival de artes performativas retorna para a sua 13ª edição, com ingressos esgotados na sua noite de abertura. “Noiserv” foi o projeto musical que marcou o início desta edição, no dia 23 de novembro, no Teatro das Beiras, na Covilhã. |
Cartaz da 13º edição do Festival Y - festival de artes performativas. (Foto: Quarta Parede) |
22006 visitas “Trazer para o interior de Portugal o que melhor se faz em todo o país” é, de acordo com Rui Sena, responsável pela direção artística, o principal objetivo do Festival Y. Planeado pela Quarta Parede, organização artística sempre atenta à visibilidade das diferentes disciplinas artísticas, o festival, que comemora o seu 13º aniversário, é programado com materiais de apresentações originais da Covilhã, e pretendendo ampliar-se a nível nacional com os materiais de Lisboa e Porto. O evento irá decorrer até o dia 2 de fevereiro de 2018 e receberá nove companhias nacionais para apresentar três espetáculos de dança, quatro de teatro, um de música e outro dividido entre o teatro e a dança. No primeiro dia da 13ª edição do festival, o projeto musical “Noiserv”, criado e interpretado por David Santos, esgotou o auditório do Teatro das Beiras. Com músicas originais que abrangem toda trajetória deste jovem artista português, o espetáculo ainda contou com diversos momentos de interação com o público. “Consideramos que é um criador extremamente aceito pelo público, e que seria a melhor maneira de mostrar os cruzamentos que existem a nível das artes performativas com outras disciplinas artísticas”, afirma o diretor artístico. Esta edição distingue-se das anteriores por ter como primeira intervenção a música, de maneira a surpreender e atrair os diversos tipos de públicos às apresentações performáticas que irão suceder-se ao longo deste evento. “Penso que a música tem um espectro público muito mais alargado que a dança ou a performance de teatro”, revela o diretor Rui Sena. No que diz respeito à programação, "as escolhas para as apresentações fazem-se sempre a partir de um olhar atento sobre o que de mais emergente vai-se criando no âmbito das artes performativas contemporâneas", explicou Sílvia Pinto Ferreira, assistente de programação da organização. Para além de apostar em novos criadores de arte contemporânea em Portugal, o Festival Y - festival de artes performativas tem ainda a preocupação de reunir performances originais da região da Beira Interior, como o espetáculo “Canas 44”, que integra o festival no dia 29. Com a intenção de levar o festival para outras cidades do interior, os espetáculos decorrem também em Castelo Branco, devido à parceria com o Cine-Teatro Avenida. “Tentamos estabelecer parcerias com as nossas cidades vizinhas, para chegar a mais público, e porque estas cidades acabam por ter espaços culturais que nos permite ampliar os espetáculos que trazemos”, sublinha a assistente de programação. O festival também traz consigo um eixo de programação artística pedagógica, designado “Y - Públicos”, que propõe atividades de reflexões entre os artistas e a audiência, conforme explica Sílvia Pinto Ferreira. A organização da Quarta Parede conta que não foi possível realizar a 13ª edição do festival no ano passado devido a falta de verbas financeiras. “A candidatura que fizemos para o apoio da DGARTES (Direção Geral das Artes) não foi aceite, algo que se deve também às restrições orçamentais para cultura em Portugal, e também a alguma dificuldade que existe de as organizações do interior do país conseguirem ter seus projetos valorizados através de apoios”, destaca Sílvia Ferreira. Segundo estatísticas, os investimentos públicos na cultura portuguesa vêm vindo a decair desde 2001 e representam menos que 1% do PIB do país. O orçamento desta 13ª edição do Festival Y é de 55 mil euros e conta com o apoio das Câmaras da Covilhã e de Castelo Branco e da Direção Geral das Artes. Como auxílio, o evento tem a participação de nove colaboradores, os quais são alunos de licenciatura e de mestrado do curso de Ciências da Cultura da Universidade da Beira Interior. A seguir do espetáculo de Noiserv, o Teatro das Beiras receberá mais seis apresentações deste evento, a sucederem-se na Covilhã até o final de janeiro de 2018. A programação completa pode ser consultada na página do festival. |
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