Jornal Online da UBI, da Região e do RestoDirectora: Anabela Gradim |
Noiserv: a banda sonora de uma noite chuvosa
Edgar Simões e Francisco Serra · quarta, 29 de novembro de 2017 · Continuado O músico lisboeta atuou na Covilhã pela segunda vez este ano. |
Noiserv em ação no palco do Teatro das Beiras. |
21965 visitas A noite 23 de novembro marcou o arranque da 13ª edição do “Y-Festival de Artes Performativas”. O festival é organizado pela Quarta Parede, Associação de Artes Performativas da Covilhã, e procura cruzar as diversas artes contemporâneas portuguesas. O músico Noiserv foi o responsável por abrir as hostilidades com um concerto no palco do Teatro das Beiras. Depois da sua passagem pelo New Hand Lab, em junho passado, o artista não resistiu a mais um convite. Desta vez, o auditório do Teatro das Beiras encheu e os bilhetes rapidamente esgotaram para receber um dos mais criativos e emotivos projetos musicais surgidos em Portugal nos últimos anos. Dono de um universo próprio, Noiserv é um homem orquestra. No palco, apresenta-se sozinho, rodeado por mais de uma dezena de instrumentos: pedais de efeitos, sintetizadores, xilofones ou até uma máquina fotográfica descartável formam o habitat natural do músico. Na bagagem, três álbuns de longa duração. O seu mais recente, “00:00:00:00”, lançado no ano passado, é o trabalho que percorre neste momento os palcos de norte a sul do país. Os tons melancólicos e nostálgicos das suas composições formaram uma banda sonora perfeita para aquela noite de frio e chuva na serra. “Sete”, faixa do seu último álbum, deu início ao concerto. O soar das primeiras notas do piano bastaram para que a audiência se entregasse por completo. “I was trying to sleep when everyone wake up” ou “Palco do Tempo” não podiam faltar num alinhamento que viajou por toda a sua discografia. Para fechar com chave de ouro “Bullets on Parade”, faixa do bem-sucedido “One Hundred Miles from Thoughtlessness”, fez o auditório aplaudir de pé o compositor. Para David Santos, ortónimo de Noiserv, tocar na sala do Teatro das Beiras foi muito positivo: “Como é um espaço mais pequeno, há uma maior sintonia entre as pessoas, eu gostei”. No que toca ao convite por parte do Festival Y, o músico considerou que “nunca iria dizer que não” ainda mais sabendo que se tratava de um evento “pequeno, giro e intimista”. Já do lado do público, o feedback foi igualmente bom. António Pereira, estudante na Escola Profissional de Artes da Beira Interior (EPABI) considera que “foi um grande concerto” salientando que “apesar de conhecer o projeto há pouco tempo” gosta muito do trabalho do artista. Como aluno de música, admitiu que “haviam de existir mais concertos durante o Festival e não apenas um”. Contudo, acrescentou que tinha interesse em regressar numa próxima data. Rui Sena, diretor artístico do Festival, justificou a escolha do espaço no facto de “não existir nenhuma sala tão bem equipada para receber este tipo de eventos na cidade” e também por considerar que é “uma sala perfeita para artistas que buscam proximidade com o público”. Para Rui, Noiserv é um nome que “faz todo o sentido neste Festival” pois é um artista que “reúne várias vertentes de áreas artísticas”. A 13ª edição do “Y-Festival de Artes Performativas” decorre até dia 2 de fevereiro do próximo ano. No programa estão previstos mais nove eventos, sendo que sete deles realizar-se-ão no Teatro das Beiras na Covilhã e os outros dois no Cineteatro Avenida, em Castelo Branco. Este concerto foi o único do programa do festival, os restantes eventos estarão ligados à dança e ao teatro. |
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