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Quatros tipos com piada entram num bar...
João Alves Correia · quarta, 15 de fevereiro de 2017 · Integrado na sua digressão nacional, e na época mais cinzenta e fria do ano, o grupo de comediantes Overdose de Tourette trouxe mais cor e calor à Covilhã no passado dia 11 de fevereiro. |
Quatro ases em noite repleta de humor (foto de João Alves Correia) |
22001 visitas Depois de terem esgotado vários espetáculos um pouco por todo o país, Rui Cruz, Paulo Almeida, Manuel Cardoso e Diogo Batáguas, mentores do coletivo de stand-up comedy Overdose de Tourette, decidiram "praxar" a "cidade-neve" no sábado, dia 11 de fevereiro, no Anfiteatro da Parada da UBI. Com um auditório bem preenchido, deu-se início às hostilidades cerca das 23 horas; durante os cerca de noventa minutos seguintes, ocorreu um verdadeiro festival de humor cáustico e aguçado, impróprio para sisudos. Paulo Almeida, o eterno Grozny do Curto Circuito, foi o primeiro a subir ao palco. Sexo, o homem, a mulher, infantários e déficits cognitivos foram alguns dos temas abordados, nunca esquecendo, porém, o alvo preferido do humorista: ele próprio. Seguiram-se fotografias de família que foram devidamente esmiuçadas, escarnecidas e dissecadas pelo humorista. Seguiu-se Rui Cruz, ex-cronista do jornal I, e pouco mais se poderia esperar do que uma nova investida do absurdo baseada em contra-cultura. A meio da sua atuação, um casal incauto e os seus filhos menores abandonaram discretamente a audiência: o "Tourette" no título do espetáculo deve ser levado a sério sob pena de impressionar o público mais sensível. Ex-namoradas, forma de as matar melhor, vida pessoal, desgraças e, para não variar, o comediante a fazer de si mesmo o maior alvo de chacota do seu número foram a essência da sua prestação. Sem interrupções, seguiu-se Manuel Cardoso, que acumula funções de guionista e que associou e dissertou sobre a relação direta dos pénis com a sociedade millenial: foram analisadas as novas tendências, a tecnologia, as minorias sociais e até a artista plástica Joana de Vasconcelos num delírio de aproximadamente trinta minutos. O facto de o comediante ter recebido solidariamente mais de 200 fotos do seu objeto de análise numa rede social deverá ter ajudado na criação do seu número. Diogo Batáguas, provavelmente a cara mais conhecida do grupo, finalizou a vertente individual do espetáculo com assuntos completamente distintos dos seus colegas: pénis, pornografia, ex-namoradas, e lamentações da sua vida pautaram uma apresentação hilariante que pecou por ser curta. Deixou na memória do público a história da empregada de balcão que, às primeiras palavras de Batáguas, se apercebeu do que tinha acabado de se livrar. Assim como habitual, o grupo subiu ao palco no final para falar um pouco sobre o motivo da criação dos Overdose de Tourette, uma amálgama entre os grupos Overdose (Rui Cruz e Paulo Almeida) e Tourette ( do qual fazem parte Manuel Cardoso e Diogo Batáguas). Cada um apontou ainda uma história característica do próximo, para gáudio de uma audiência rendida a uma noite diferente e pontual na Covilhã, e que fez jus ao mote "Rir (ainda) é o melhor remédio". Da parte dos artistas, Paulo Almeida explicou como começou a ser comediante stand-up, falando acerca deste processo de constante desenvolvimento pessoal e profissional. Já Ruben Rocha, um dos espetadores, conhecia previamente os comediantes, pelo que decidiu assistir ao espetáculo. Com origem na Grécia antiga, a comédia stand-up popularizou-se em Portugal em 2003 com o programa televisivo Levanta-te e Ri. Dos estúdios televisivos para os palcos foi um salto e, embora o programa tivesse a sua última emissão em 2006, em 2017 os espetáculos do género ao vivo estão muito em voga. |
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