A arte da comédia surge na Grécia, em 486 a.C. Por fazer referências cómicas aos mortos, satirizar personalidades vivas e escarnecer até dos deuses, foi sempre uma arte intimamente associada ao espírito democrático. Assim como no presente, nessa época os comediantes subiam individualmente ao palco e aproveitavam a liberdade de expressão associada à comédia para criticar más práticas governativas, hipocrisias e injustiças sociais perante uma platéia sem medo de sofrer represálias.

Menandro, um dos principais vultos da comédia da época, foi o responsável pelo delineamento de personagens (ou seja, de "bonecos", de figuras particulares interpretadas pelos comediantes), como soldados, velhos avarentos, políticos corruptos e homens depravados, entre outros. Essas personagens sobreviveram e foram aproveitadas pelos humoristas atuais.

Em tempos mais recentes, os comediantes stand-up fizeram da arte um assunto sofisticado, ainda que orientado para todos os gostos, faixas etárias ou estratos sociais, fazendo da comédia um assunto transversal a todas as sociedades. Atualmente, algumas das maiores referências mundiais vivas ou mortas são por excelência anglófonas, caso de Max Miller, Louis C.K., Bill Hicks ou George Carlin, entre muitos outros.

A nível nacional, a referência incontornável (ainda que não especificamente ligada a comédia stand-up) das últimas 3 gerações é Herman José; a partir dos anos 80, "bonecos" como Serafim Saudade, José Estebes e Diácono Remédios tornaram-se em referências de culto tanto para os seus seguidores como para jovens aspirantes a comediantes. Imbuído de um espírito precoce e inovador, por vezes muito à frente do seu tempo, influenciou, a título de exemplo, nomes sonantes como Nuno Markl, Bruno Nogueira e Marco Horácio.