"Mythos" foi a palavra de ordem na peça que decorreu dia 8 de novembro, no Teatro das Beiras. O espetáculo, de "inspiração clownesca", trouxe à Covilhã uma abordagem à mitologia, tendo sido retratados alguns dos preconceitos da sociedade atual.

O grupo Teatro Extremo, constituído por Bibi Gomes, Fernando Jorge Lopes e Rui Cerveira, acredita que "o grande problema da internacionalização das companhias é a língua".  Assim, marcaram pela diferença com uma peça em linguagem gestual. "Quisemos aventurar-nos nessa linguagem, algo visual, sem texto", referiu o ator, Rui Cerveira.

A peça centrou-se essencialmente em preconceitos urbanos e contemporâneos, destacando o papel da mulher doméstica, o cinema e a comunicação social.  "Queríamos brincar com conceitos que estão predefinidos através de uma análise critica", disse o ator.

O auditório encheu-se de jovens que ao interagirem com os atores ao longo dos 75 minutos da comédia emprestaram uma dinâmica invulgar ao espetáculo que já foi visto em quase todo o país.

Segundo Fernando Sena, diretor do Teatro das Beiras, o festival que decorre há 36 anos tem-se diferenciado ao longo do tempo, com uma programação para a infância e juventude. Acrescentou ainda que "o espírito para a organização do festival tem sido a diversidade de públicos e espetáculos", sendo este "Mythos", do grupo Teatro Extremo, um exemplo disso mesmo.