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TAFUÉ vence e convence o XIIIº FATFUBI
João Alves Correia · quarta, 9 de novembro de 2016 · Místicas das planícies de Évora cantaram e encantaram com uma prestação focada nas raízes do Portugal profundo. |
Tuna TAFUÉ, a grande vencedora do XIIIº FATFUBI (foto de João Alves Correia) |
21984 visitas Quatro luas passadas sobre o Dia de Finados, quatro conclaves de feiticeiras aterraram na Covilhã para participar no XIII FATFUBI, o festival de tunas femininas da Universidade da Beira Interior. Real Trovantuna de Setúbal, TAFUÉ (Évora), Adufótuna (Idanha-a-Nova) e Egitunica (Guarda) responderam ao chamado de inverno da dux veteranorum de todas as tunas femininas, As Moçoilas (Covilhã), aproveitando assim para trocar poções e estreitar laços numa noite repleta de misticismo e aroma temático aos anos 80. A tuna mista Helvética (Suíça), convidada extraconcurso d' As Moçoilas, deu início às festividades cerca das 22:15h, perante uma plateia em constante crescimento. Formada por alunos portugueses emigrados na Suíça, aceitou de bom grado o convite e brindou a assistência com quatro curtos temas adaptados de clássicos dos anos 80 e tradicionais portugueses, seguidos de entrega de recordações. Logo após, subiu ao palco a primeira tuna concorrente, a Trovantuna. Oriunda das margens do Sado, optou pelo que Setúbal oferece de melhor - aos primeiros acordes de José Afonso e da sua "Vejam bem", o coletivo conseguiu transportar o público, com sucesso, para outros tempos. Destaque para o momento instrumental do grupo em que, surgido da margem esquerda do palco aparece, de espada em riste, um Zorro montado num skate ao som de guitarradas espanholas. Olé! Seguiu-se a TAFUÉ, e se José Afonso ainda ecoava na memória do público, cedo deu lugar ao sobrenatural cante alentejano das vinte e cinco alquimistas desta tuna. Assim como a Unesco, o conjunto apontou para um dos produtos culturais mais emblemáticos do Alentejo, ganhando a aposta nos instantes iniciais. No final da sua atuação, ainda outro interlúdio com cante, agora perante uma casa cheia que muito aplaudiu a prestação deste agrupamento. Chegada a sua vez, a Adufótuna preferiu reunir um conjunto de músicas mais suaves e ligeiras. A sua postura dentro e fora de palco foi irrepreensível, facto que lhes valeu um prémio relativo a essa mesma. Tópicos como os amores, a saudade e a vida árdua do estudante (ingredientes essenciais na cozinha da mui nobre instituição universitária) permearam o público, que não ficou indiferente à atuação. E se a Adufótuna primou por composições ligeiras, a Egitunica encerrou o certame de forma inversa: do princípio ao fim, recitou encantamentos antigos sempre alegres, vibrantes e acelerados. As palmas que a audiência lhe devolveu, principalmente durante as músicas, foram claros sinais de apreço - afinal, chamam-lhes "Egiboas" por algum motivo. Quando a noite e a lua já iam altas, As Moçoilas finalizaram o festival com alguns dos temas mais emblemáticos da academia covilhanense. Aproveitaram ainda para expressar os seus agradecimentos aos diversos patrocinadores do evento, bem como a todas as tunas que aceitaram o desafio e aos corajosos espetadores que, embora cercados por criaturas da noite, se mantiveram incólumes na sala até à entrega de prémios. Em conversa com o Urbi, Marisa Cardoso, aluna de mestrado em Arquitetura e magister d' As Moçoilas, disse estar "muito satisfeita por ver toda a gente sair da sala a sorrir". Nos dias que correm, e cada vez mais, "é necessária uma grande concertação entre os elementos da tuna organizadora para se realizar um festival desta envergadura. Ademais, os patrocínios são cada vez menores, o que acaba por limitar um pouco o trabalho realizado." O júri, composto por João Duarte (Fórum Veterano), Kelly Amaral (As Moçoilas) e Nuno Simões (Helvética) finalizou o festival determinando os seguintes resultados: Melhor Porta-Estandarte: Egitunica O FATFUBI surgiu em abril de 1996, e é organizado pela Tuna As Moçoilas, uma das mais antigas tunas académicas portuguesas. |
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