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Cinema e Jornalismo: narrativas convergentes
Diogo Camilo · quarta, 28 de setembro de 2016 · @@y8Xxv O primeiro painel de conferências das Jornadas “Jornalismo: Narrador e Narrado” centrou-se na relação entre o Jornalismo e o Cinema e trouxe à UBI reputados especialistas na área. |
As jornadas foram abertas pelo presidente da Faculdade de Artes e Letras, Joaquim Paulo Serra (ao centro), pelo coordenador científico do LabCom.IFP, João Carlos Correia (à esquerda) e pelo docente responsável pela organização do evento, José Ricardo Carvalheiro (à direita) |
21995 visitas Desde sempre tem existido uma ligação intrínseca entre peças cinematográficas e o trabalho de um repórter, assim como a forma como as associações entre os factos e a ficção - que cada vez são mais observadas no quotidiano – se representam não só nas reportagens apoiadas no trabalho da imagem, como também nos filmes centrados no tema do jornalismo. Tendo como mote estas e outras questões, realizaram-se na última quinta-feira as jornadas "O Repórter, Narrador e Narrado", organizadas pela Faculdade de Artes e Letras da Universidade da Beira Interior. As primeiras intervenções destas jornadas couberam ao painel de debate "Jornalismo e Cinema", composto por Tito Cardoso e Cunha, Professor Emérito da UBI; Jacinto Godinho, professor da Universidade Nova de Lisboa e jornalista da RTP, e Sónia Sá, estudante de doutoramento, que falaram sobre "o fascínio que o jornalismo tem cada vez mais pela ficção" e sobre "a desvalorização do nome de um repórter em contraste com o de um realizador de um cinema". O painel abriu com a crítica de Tito Cardoso e Cunha a um dos filmes mais conhecidos da história do cinema, "Janela Indiscreta", de Alfred Hitchcock, no qual um fotojornalista tem o papel de narrador e que ilustra bem a essência do cinema auto-reflexivo. Naquele filme em particular o espetador coloca-se no lugar da personagem principal, que vai criando uma narrativa através de imagens do dia-a-dia e através delas vai-lhes dando significado, "como que uma fotografia com a sua legenda, em que a imagem é tratada como um lugar de resistência ao sentido" explicou o professor. O jornalista Jacinto Godinho defendeu a visão de que o jornalismo se aproxima cada vez mais do cinema e que "o repórter é seduzido pelo cinema para ganhar uma maior adesão do público", mesmo que para isso "tenha de artificializar a realidade de modo a fazer uma boa reportagem". Godinho exemplificou esta aproximação através de umas das suas peças de reportagem, que analisou perante a plateia. A manhã acabou com a apresentação, por Sónia Sá, de alguns exemplos nos quais o jornalismo é o centro do cinema, recorrendo sobretudo aos filmes "Spotlight" e "Nightcrawler". O primeiro "retrata tudo o que o jornalista quer ser" e o segundo, aborda "tudo o que o jornalista tem de fazer para ganhar a atração do público", uma referência ao slow journalism e fast journalism, como disse a oradora. O segundo painel das jornadas “Jornalismo: Narrador e Narrado” centrou-se na importância da narrativa para uma boa reportagem. |
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