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Quando o Jornalismo e a Narrativa andam de mãos dadas
Pedro Afflalo · quarta, 28 de setembro de 2016 · Continuado O segundo painel das jornadas “Jornalismo: Narrador e Narrado” centrou-se na importância da narrativa para uma boa reportagem. |
Apresentação da reportagem “20 anos são dois dias”, feita na Bósnia por Catarina Santos, jornalistas da Rádio Renascença que apresentou o seu trabalho nas jornadas. Foto: RR |
21996 visitas Como se conseguem fazer peças jornalísticas que marquem pela diferença em pleno século XXI, ou como é que o jornalismo se tem adaptado às novas tecnologias ao mesmo tempo que recorre às mesmas para se reinventar? Estas foram algumas das questões abordadas no painel de debate "Jornalismo e Narrativa", inserido nas jornadas "O Repórter, Narrador e Narrado", organizadas pela direcção do Mestrado em Jornalismo, e que decorreram na Faculdade de Artes e Letras da Universidade da UBI no passado dia 22 de setembro. O debate, que contou com as intervenções de Catarina Santos, jornalista na Rádio Renascença; Ricardo Rodrigues, jornalista na revista Notícias Magazine, e Vanessa Rodrigues, jornalista freelancer, abordou temas como a redução do número de jornalistas nas redações, a necessidade de os mesmos terem não só de redigir textos, mas também de tirar fotografias, fazer vídeos e gravar sons, assim como a busca de assuntos jornalísticos que ajudem os meios a vender mais. Uma das intervenções que mais atenção mereceu por parte da audiência acabou por ser a de Catarina Santos. A repórter da Emissora Católica apresentou duas peças multimédia próprias, "Na Bósnia, 20 anos são dois dias" e "A Sul da Sorte", ambas vencedoras do Prémio Gazeta, a mais alta condecoração jornalística em Portugal, e apoiou-se nas mesmas para defender a ideia de que o jornalista atual é como que um "canivete suíço". "Descrevo-me como um canivete suíço porque a principal vantagem é poder contar uma história de múltiplas maneiras e colocar cada ferramenta usada – a câmara de vídeo, a máquina fotográfica, o telemóvel ou o gravador áudio –a prestar um serviço", disse. No seguimento das ideias apresentadas por Catarina Santos, a intervenção de Vanessa Rodrigues acrescentou o facto de jornalismo passar cada vez mais pelo formato freelancer, isto é, por profissionais que redigem reportagens vendidas posteriormente aos meios de comunicação. Para que tal aconteça, a repórter realçou a importância da história, defendendo que "a narrativa é essencial para que a reportagem faça sentido". O painel fechou com a intervenção do jornalista da Notícias Magazine. Ao público presente Ricardo Rodrigues revelou alguns métodos para conseguir a melhor narrativa para uma reportagem: "É importante que quem faz reportagens tenha curiosidade – porque é a alma do jornalismo - e que seja rigoroso na narração dos factos", disse o repórter. Este foi um evento visto com bons olhos por parte dos oradores presentes. Para Catarina Santos foi "um privilégio ter partilhado o meu trabalho com os estudantes e é sempre um prazer voltar à universidade". |
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