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Aprender a dar cartas na União Europeia
Vera Alves · quarta, 27 de abril de 2016 · A Faculdade de Ciências Sociais e Humanas recebeu, no dia 19 de abril, uma sessão de informação sobre “Estágios e Empregos na União Europeia”. |
Sítio "Carreiras Internacionais" |
21975 visitas No âmbito das carreiras internacionais, o Centro de Informação Europeia Jacques Delors (CIEJD), em parceria com o Centro de Documentação Europeia da Biblioteca da Universidade da Beira Interior (CDE-UBI), organizou uma sessão de esclarecimentos sobre oportunidades de trabalho na União Europeia (UE). Promover uma maior participação de candidatos portugueses nos concursos europeus e internacionais, alertando para a possibilidade de carreira, e informar e preparar os candidatos para as várias fases dos concursos, com apoio dos sítios "Carreiras Internacionais" e "Trabalhar na União Europeia", foi o principal objetivo da iniciativa. Zélia Dias, Técnica Superior do CIEJD, começou por dizer, numa tentativa de desmistificar a emigração, que "o internacional" deve ser encarado como uma oportunidade e não um escape. "Peço desculpa pela nossa vontade de vos motivar a concorrer, mas queremos jovens embaixadores de Portugal que defendam os nossos interesses lá fora. Porque nós, o Estado Português, temos de estar representados na UE e em todas as organizações internacionais, das quais Portugal é Estado-Membro, e temos de estar bem representados", defendeu a oradora. A sessão procurou assim transmitir a ideia de que concorrer a uma vaga a nível europeu ou internacional é algo que deve ser encarado com entusiasmo. O estágio continua a ser, para os que terminam uma licenciatura ou um mestrado, a melhor forma de começar uma carreira profissional no estrangeiro. Alguns meses de formação que, na opinião de Zélia Dias, trazem um "apport et un acquis communitaire" incomparável. Uma experiência na UE representa, considerando os seus 28 Estados-Membros, um ganho em diferentes níveis, do multicultural ao multilinguístico. A Técnica do CIEJD defendeu ainda que no contexto dos concursos internacionais fazer voluntariado é algo que ajuda os estagiários a destacarem-se. Para além das qualificações, existem também outros atributos, como a motivação para a aprendizagem diária, a contribuição para o processo de construção europeia, a vontade de fazer a diferença e trabalhar em equipas culturais que são considerados nos perfis dos candidatos. Zélia Dias destacou ainda que, para além do ordenado, a possibilidade de viajar é também algo que marca a experiência dos estagiários da UE. Durante a sessão foram ainda apresentadas as diferentes Instituições Europeias, Agências e Organismos que promovem os estágios e que fazem com que estes tenham regras diferentes. A Técnica Superior do CIEJD alertou para o facto do primeiro contacto com o empregador passar muitas vezes pelo telefone, e ser por isso muito importante a primeira impressão. Já não é só a experiência profissional que conta, mas também a pessoal e a forma como o candidato se apresenta. Ser proactivo, contactar por exemplo o gabinete de saídas profissionais das universidades e consultar acordos com instituições, não bloquear numa entrevista usando e abusando das "softskills", foram conselhos deixados pela oradora. Zélia Dias realça também que "em cada candidatura aprende-se um bocadinho mais para fazer bem as coisas", não devendo nunca subestimar-se uma possibilidade ou deixar de lado uma possível candidatura. O estágio "Junior Professionals Delegations (JPD)", disponível apenas para os finalistas dos mestrados, foi uma das oportunidades destacadas. Com uma remuneração de 2500 euros mensais e uma duração que varia entre os nove e os doze meses, este estágio pode ser desenvolvido em 139 delegações, e é por isso considerado um estágio de alto nível. As candidaturas abrem a cada 18 meses e o próximo concurso é já no final do ano. Estes estágios não são profissionais ou curriculares, mas dependem em muito dos acordos com as universidades. Não dão direito a trabalho e a possibilidade de garantir um lugar enquanto funcionário permanente passa pela plataforma EPSO, que coloca à disposição das instituições da UE processos de seleção eficazes e de elevada qualidade que lhes permitam recrutar a pessoa certa para o lugar e no momento certo. As candidaturas em linha, os "Computer Base Tests"(CBT) e o Centro de Avaliação em Bruxelas ou Luxemburgo foram também abordadas na sessão, uma vez que são as três partes centrais do processo, que permite depois a inscrição numa lista de laureados durante um a dois anos. A oradora referiu ainda que nas organizações internacionais, com exceção da NATO, os estágios não são remunerados. Zélia Dias deixou ainda dicas sobre como criar uma conta na plataforma EPSO antes da candidatura, aconselhando os proponentes a não esperar até ao último dia, com perigo de bloqueio, e a verificarem a conta regularmente. De acordo com a Técnica do CIEJD em cada período de estágio na comissão europeia existem 25 portugueses. |
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