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Jornadas de Comunicação trazem jornalistas à UBI
Oana Gabriela Pauca · quarta, 20 de abril de 2016 · @@y8Xxv Arrancou esta segunda feira, dia 11 de abril, a primeira edição das Jornadas de Ciências da Comunicação, organizada pelo núcleo de estudantes de Ciências da Comunicação, UBIMedia, evento que conta com um vasto leque de oradores. Nos primeiros dois dias estiveram presentes nomes de sucesso da área da comunicação social, nomeadamente Anselmo Crespo, editor de política da SIC; Luís Bonixe, investigador do CiC Digital e da C3i; e Victor Ferreira, "data scientist" do jornal Público. |
Primeiro dia das Primeiras Jornadas de Ciências da Comunicação |
21999 visitas A primeira edição das Jornadas de Ciências da Comunicação decorreram de 11 a 14 de abril. Organizado pelos membros do UBIMedia, este evento visa proporcionar aos estudantes de Ciências da Comunicação, bem como à restante comunidade estudantil, a oportunidade de ouvir testemunhos de profissionais de sucesso das mais variadas áreas da comunicação social, desde jornalismo a relações públicas ou assessoria. Segunda feira, às 9h30 da manhã, iniciou-se o programa com a presença de Anselmo Crespo, Luís Bonixe e Victor Ferreira. Na terça-feira, dia 12 de abril, estiveram na UBI Sílvia Diegues, Assessora de Comunicação no Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, e Vasco Ribeiro, docente e investigador na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP). Anselmo Crespo, formado em Ciências da Comunicação pela Universidade da Beira Interior, é agora editor de política da SIC e conta já com um vasto percurso profissional. Segundo o jornalista, "o mais importante nesta profissão é ter paixão pelo que se faz, porque o jornalismo é desafiante e mal pago, e só quem gosta é que aguenta". O ex-ubiano realça que "o curso não dá tudo, é apenas uma ferramenta". Anselmo conta que, ao passar do âmbito desportivo no qual trabalhava, para o económico e político, entendeu que para ser um bom jornalista "é necessário perceber para poder escrever e fazer, também, o cidadão perceber". O jornalista da SIC diz que "a televisão é desafiante", sendo que o maior desafio que já encontrou foi "explicar e mostrar na televisão a economia, pois ela não é televisiva". "Na televisão, a criatividade é o limite", refere o ex-ubiano. Também dá conta de que "o jornalismo pode fazer a diferença, pode mudar o mundo", diz Anselmo, que acredita que o papel dos jornalistas é importante para o desenvolvimento da sociedade, exemplificando com os assuntos políticos que têm um grande impacto na vida das pessoas e devem ser difundidos pelos meios de comunicação social, daí que seja importante "que os jornalistas sejam realmente bons". "Para mim não existe jornalismo online, jornalismo disto ou daquilo. Existe apenas jornalismo, seja ele de que tipo for", diz o jornalista Victor Ferreira, do Público, que veio à UBI abordar o tema "Jornalismo Online". Victor explica que existem verdadeiramente mudanças no jornalismo, devido à evolução tecnológica, e estão a ser criadas novas profissões, principalmente naquilo que é chamado jornalismo online, mas considera que os princípios se mantêm. "Velocidade, variedade e volume são as coisas que mais mudaram no jornalismo", diz Victor. Segundo o jornalista, a velocidade diz respeito à rapidez com a qual, hoje em dia, a informação circula; a variedade mudou por existir um maior número de diferentes conteúdos que podem ser partilhados em diferentes plataformas, e o volume diz respeito à quantidade de informação que circula, que tem estado em constante aumento. Neste contexto, Victor Ferreira dá o exemplo do Youtube, que contém mais de quatro mil milhões de horas de vídeo visualizadas mensalmente e do Facebook, que tem mais de 30 mil milhões de conteúdos publicados por mês. Luís Bonixe, jornalista de imprensa e rádio e diretor da licenciatura em Jornalismo e Comunicação na Escola Superior de Educação de Portalegre, explica que as redes sociais no caso do jornalismo radiofónico são uma extensão do mesmo. Abordando canais como a Antena 1, TSF e Rádio Renascença, o investigador do CiC Digital apresentou um estudo por ele realizado sobre a forma como cada um desses canais utiliza as redes sociais. No decorrer do seu estudo percebeu que as rádios utilizam redes sociais como o Facebook ou o Twitter para difundir informação noticiosa noutros formatos, como seja escrito (imprensa) ou vídeo (televisão). Das três estações estudadas, a Rádio Renascença é a que menos utiliza as redes sociais como meio de difusão de informação noticiosa, mas sim para fins direcionados mais para a publicidade. No segundo dia das I Jornadas de Ciências da Comunicação, o tema abordado foi a assessoria e os oradores foram dois: Sílvia Diegues, com a temática "Assessoria na área da saúde" e Vasco Ribeiro, com a temática "Comunicação de Crise". “Em assessoria, a saúde é muitas vezes considerada uma área mais desinteressante”, diz Sílvia. No entanto, a assessora considera a área em questão “bastante aliciante, desafiante e enriquecedora”. Sílvia Diegues dá conta de que, no respeitante à comunicação, a saúde é uma área bastante condicionada. “Há que ter sempre cuidado com a forma como o produto é comunicado”, acrescenta Sílvia, explicando que existe legislação que deve ser cumprida, nomeadamente a pertencente ao Código de Boas Práticas de Comunicação da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (APIFARMA). O último tema do segundo dia das jornadas foi abordado por Vasco Ribeiro. Na sua intervenção, o docente explicou o que é a Comunicação de Crise e em quantos tipos de crise ela intervém. Segundo Vasco, a comunicação de crise existe sempre que seja necessário prevenir ou remediar uma crise, que pode ser de vários tipos, sendo eles a catástrofe, falha funcional grave, crise da honorabilidade, ameaças económico-financeiras, crise interna ou boato. Na sua profissão de assessor, Vasco Ribeiro já teve trabalhos nesse sentido, tendo tido que resolver crises de diversos tipos, principalmente na área da política. Segundo o jornalista, sempre que exista uma crise as pessoas afetadas pela mesma perdem a confiança nos causadores da crise, as empresas, se o caso for esse, perdem clientes e pode existir intervenção política. "Qualquer tipo de crise é sempre alvo da comunicação social e, por isso, no caso de áreas como a política, existem formas de evitar que suceda uma crise no verdadeiro sentido da palavra", diz Vasco Ribeiro, sendo que a antecipação, a agilidade, a qualidade informativa e a veracidade são os pontos fulcrais para prevenir uma crise. Também é importante, segundo o docente, que na atualidade exista envolvimento, gestão de rumores, suportes multimédia e investimento publicitário no processo de Comunicação de Crise, devido ao poder que as redes sociais desenvolveram no processo de difusão, o que no caso de uma crise pode vir a ser prejudicial, tornando mais difícil o processo de resolução. José Costa, aluno de Mestrado na área do Jornalismo, na UBI, e ex-membro do núcleo de estudantes de Ciências da Comunicação, felicitou a presidente do UBIMedia "não só pela coragem na realização das jornadas, mas também pelo modo como estas estão ser estruturadas e organizadas" e considera as jornadas um evento importante para um enriquecimento extra-curricular. Cláudia Rodrigues de Sousa conta que "foi uma opção estas serem as primeiras jornadas, mas quero esclarecer que já existiram jornadas de Ciências da Comunicação. Creio que as últimas foram realizadas há 12 anos atrás". A presidente do UBIMedia contava com uma plateia mais constituída no primeiro dia das jornadas. "Contava com pelo menos cento e cinquenta pessoas na plateia, mas só apareceram cerca de setenta, talvez seja por ser segunda feira", diz Cláudia. O balanço que a estudante faz da I Edição das Jornadas de Ciências da Comunicação é bastante positivo, principalmente no que toca aos diversos workshops que foram organizados, sendo que os estudantes da área da comunicação foram bastante recetivos aos mesmos. Cláudia considera que esta iniciativa é importante para promover tanto o curso de Ciências da Comunicação como a Beira Interior em si, pois "existem muitas pessoas que não conhecem o interior, e esta é uma forma de dinamizar a nossa academia e a região". No primeiro dia das jornadas decorreram ainda os workshops "Jornalismo de Moda" e "Colocação de Voz e Dicção". No dia seguinte os workshops constituintes do programa foram "Branding Digital" e "Assessoria da Comunicação". O terceiro dia foi dedicado ao humor. Os humoristas Diogo Faro, Carlos Pereira, Dário Guerreiro e Luís Filipe Borges marcaram presença para dar o testemunho dos seus percursos na área da comédia e responderam, também, a algumas curiosidades do público. A manhã de 14 de Abril, quinta-feira, foi dedicada ao testemunho de antigos alunos de Comunicação da UBI, que passaram as suas experiências aos atuais estudantes. A tarde foi dedicada ao espaço alunos, destinado à apresentação de projetos inovadores por parte de atuais e antigos alunos da UBI. Na sessão de abertura, que decorreu no Anfiteatro das Sessões Solenes no polo I da UBI, estiveram presentes António Fidalgo, reitor da UBI e Paulo Serra, presidente da Faculdade de Artes e Letras da UBI. |
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