O legado da atividade dos lanifícios e da extração mineira foram temas em análise na Covilhã, que recebeu as Jornadas do Património Industrial e Técnico. O programa da responsabilidade da Câmara da Covilhã pretendeu chamar a atenção para as marcas que essas atividades económicas mantêm no concelho, por exemplo, no urbanismo.

A iniciativa decorreu entre os dias 25 e 27, com um programa que incluiu a apresentação de um livro, um espetáculo etno-folclórico, conferências e visitas a locais industriais, como as Minas da Panasqueira.

A conferência que integrou o programa das Jornadas – e que contou com a participação de docentes da Universidade da Beira Interior –, no sábado, dia 26, debruçou-se sobre o património industrial da cidade e os bairros operários “onde foram apresentadas várias propostas para a sua reabilitação”, de acordo com a autarquia.

Abordaram-se ainda estruturas com os moinhos do concelho, “cujo levantamento dará origem a uma carta patrimonial”, refere ainda a Câmara, acrescentando que “o ciclo de comunicação encerrou com uma abordagem à possibilidade de musealização de espaços mineiros”.

As Jornadas contemplaram a apresentação do projeto “Canadas da Covilhã” que se encontra já a ser implementado e que visa a identificação e requalificação dos percursos usados pelos pastores para conduzir os rebanhos, com um significado para as comunidades rurais, na medida em que eram também usados para o trânsito entre as localidades do concelho.

O destaque dado à transumância motivou ainda a inauguração de um totem alusivo à esta atividade, que fica localizado na Avenida Pêro da Covilhã, a via mais central de acesso à cidade. A prática de condução de rebanhos pela região, teve nesta zona da Serra da Estrela um papel central, que se interliga com a história da Covilhã e um presente em que é já uma atividade residual, apesar de ser verificar ainda em “algumas explorações em Verdelhos, que sazonalmente deslocam os seus rebanhos para as montanhas, nas Sarnadas e zona do Poço do Inferno.