– Na sexta-feira começa mais um Ciclo de Teatro Universitário da Beira Interior. Quais são os grandes destaques?

– Destaca-se a presença de um grupo italiano. Nunca veio ninguém de outro local da Europa a não ser Espanha. No entanto, já tivemos grupos da América do Sul e não temos mais porque implica custos. Enquanto os grupos espanhóis estão dois dias na cidade, porque não precisam de mais, o grupo de Itália vai estar cinco ou seis e isso implica custos elevados. É um grande evento que mexe com muita gente e com muitas coisas. Ao longo destes mais de 15 dias são muitas pessoas a dormir e a comer e a estar pela cidade. E quem me dera tê-los cá todos, do primeiro ao último dia. Então, notava-se mais a mancha humana do que seria o festival.

– Que expetativas têm para um evento que atinge a 18.ª edição?

– É ter público. Há poucas pessoas a ver teatro ou o que quer que seja. Ainda ontem fomos comprar material e dissemos que se nos fosse feito um desconto oferecíamos bilhetes aos clientes. Tivemos como resposta que se fosse música “pimba” até iam. Ao teatro não vão. A média tem sido de 100 pessoas por espectáculo. Se tivermos essa média também já é muito bom. Lutamos contra o facto de as pessoas não terem hábitos de ir ao teatro e com o inconveniente da sala. É gelada e há pessoas que têm de sair a meio porque não aguentam. Também não há uma programação regular e assim é difícil chamar ali as pessoas.

– Quais são as grandes dificuldades na realização deste certame?

– O espaço, que não tem a estrutura necessária. Para fazer teatro não basta um palco. É preciso condições de técnica e de luz que não existem e que temos de montar de raiz. Também não tem um técnico e temos que recorrer ao nosso parceiro – a ASTA – que dá assistência. O festival tem alguns custos, que são suprimidos com as parcerias que vamos tendo. As refeições são todas cedidas pela Universidade e é uma grande despesa. Mas, ainda assim, com diferenças daquilo que há no estrageiro. Aqui comem na cantina, quando vamos fora comemos em restaurantes. Aqui, ficam na residência e outros locais da cidade com dignidade, e nós ficamos em hotéis, quando atuamos no estrangeiro. Há muitas diferenças que só nos locais é que se notam.

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