Cidade conhecida pela variedade da sua gastronomia, como o xárem, lulas cheias ou polvo grelhado, entre outros, Olhão muda no Natal e aposta num só prato. O litão é o peixe que marca a maior parte das famílias algarvias na época natalícia.

Refugado com tomate e acompanhado com feijão branco e rodelas de batata, o litão, tornou-se típico nesta cidade. O seu consumo começou há muitos anos, como refere Manuel Lourenço, pescador. “O consumo de litão já vem de antigamente. Nessa altura nem todos podiam comprar bacalhau para a ceia de Natal, e como o litão era dado de graça pelos pescadores, era o prato mais barato que podíamos ter”.

Na noite de consoada, Maria José, habitante desta cidade há 60 anos, coloca na mesa não só o litão, mas também o bacalhau e o peru. No que respeita aos doces de Natal,  Maria José, que vai receber a sua família, diz ter reservado uns doces típicos como as fatias douradas, empanadilhas, entre outros. “Vou receber a minha família da Inglaterra e por isso decidi comprar fatias douradas e empanadilhas de batata doce, gila e amêndoa, porque eles nunca provaram a nossa tradição”. 

Para os habitantes mais recentes desta cidade, como é o caso de Marília Guerra, o litão não faz parte da sua ceia, mas quanto aos doces, o típico bolo-rei não falha. O bolo-rei é o doce principal não só de Olhão, mas também de toda a região algarvia. Nesta cidade a variedade é muita: desde o bolo tradicional com frutas cristalizadas, ao de chocolate negro, caju e amêndoa ou à novidade, chocolate branco e laranja, há bolo-rei para todos os gostos. Este ano, Filipe Martins, proprietário da pastelaria Kubidoce em Olhão, propôs-se a confecionar durante três dias cerca de 500 quilos de massa de vários tipos de bolo-rei, que acabou por marcar o início da época natalícia em Olhão.