Nascida no início do século III e membro de uma importante família romana, diz-se que Gens Cecília foi desde sempre devota a Deus. Assistia todos os dias a missas dadas pelo papa Urbano nas catacumbas da via Ápia.

Num momento histórico, em que o Cristianismo não era aceite no império romano, Cecília fez um voto de castidade a Deus. Membro da nobreza romana, foi prometida em casamento a um nobre que desconhecia o seu voto. Conta-se que na noite de núpcias, Cecília rezou para não quebrar o compromisso e revelou ao seu marido o que tinha feito e a sua vontade de se manter pura. Valeriano acreditou na sua palavra e prometeu respeitá-la, no entanto teria que ver o anjo que Cecília dizia protegê-la. Para tal, Valeriano e Tibúrcio, seu irmão, visitaram as catacumbas onde o papa Urbano se encontrava e onde lhes pregou sermões que os fizeram converter-se à religião cristã. Chegado a casa, diz-se que Valeriano viu o anjo protetor de Cecília pelo que cumpriu a promessa que lhe fez.

Tempos mais tarde, surgiram denúncias de os três membros da nobreza serem cristãos e assim foram condenados à morte caso não negassem a religião. Nenhum dos três recuou e Cecília, a última a ser morta, causou dificuldades às tentativas dos romanos. Apenas por decapitação conseguiram terminar com a vida da jovem. Mesmo assim foram precisos três dias para ela morrer, uma vez que a sua cabeça não se separava do corpo. Depois de sepultada, várias foram as visitas ao túmulo para verem o estado do corpo encontrando-o sempre intacto sem presença dos efeitos do tempo.

Os artistas do renascimento passaram a representar Cecília a tocar harpa, tendo assim sendo declarada a padroeira dos músicos e o dia da sua celebração o dia 22 de novembro. Estudiosa de música, especialmente da sacra, Santa Cecília, foi colocada numa urna de mármore que em 1600, o escultor Stefano Maderno recriou numa estátua ainda presente na Igreja de Santa Cecília em Trastevere, Roma.

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