António de Sousa Marinho e Pinto, atual bastonário da Ordem dos Advogados, nasceu na cidade de Amarante em 1950. Aos seis meses de idade, emigrou com os pais para o Brasil, onde permaneceu até aos 14 anos e recentemente, 60 anos volvidos, a história repetiu-se: a filha emigrou, tal como o seu avô, justificando a decisão com o facto de o “País não ter futuro”. Para Marinho Pinto “a história nunca se repete, e quando tal acontece ou é como farsa ou como tragédia e, provavelmente está a ocorrer novamente mas como tragédia”, sublinhou.

Durante a juventude, Marinho Pinto foi um, assumido, “revolucionário”. Na altura admite que acreditava que se “podia pegar em armas e mudar a sociedade”. Hoje não tem dúvidas de que a sua maior arma e a maior arma de qualquer ser humano é a “palavra”.

A vontade de se expressar durante um período em que falar livremente era proibido, fez com que o bastonário da Ordem dos Advogados fosse preso, por duas vezes, pela PIDE. Aos 18 anos, foi preso pela primeira vez na sequência de uma manifestação de estudantes no Porto contra a guerra “num país que não sabia onde ficava” o Vietname.

Profissionalmente, Marinho Pinto exerceu funções como jornalista, assessor jurídico, assessor de comunicação do governo macaense e advogado. A escolha da advocacia aconteceu ainda na infância, motivada pelas “ilusões sobre a profissão, a justiça e sobre o próprio país”, Hoje o representante dos advogados garante que “perdeu todas as ilusões”, mas que conserva todos os ideais, nomeadamente os de justiça, liberdade e solidariedade.

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