Dezassete alunos da Universidade de Ourense representaram durante uma hora e meia a peça “Suicidio Colectivo con Encanto” no Teatro Municipal da Covilhã. A obra representada na passada segunda-feira, dia 11, fazia uma reflexão sobre a vida e a morte.

Um coronel tenta enforcar-se quando uma diretora de uma empresa o impede. Faz-lhe ver que a morte não é a solução dos seus problemas e que há mais pessoas na mesma situação. A empresária já tinha tentado suicidar-se várias vezes e de formas diferenciadas (desde enforcamento, passando por medicamentos até cortar os pulsos). Daqui nasceu a ideia de criar um núcleo de ajuda a pessoas que se queriam suicidar. Puseram um anúncio no jornal e receberam centenas de cartas com pedidos de ajuda. Com isto apareceu um terceiro elemento, uma chefe de estudos, e concluíram que como não iam conseguir dar resposta a todas as cartas num curto espaço de tempo, resolveram colocar outro anúncio no jornal para fazer um seminário de “suiciologia”.

O seminário juntou quinze pessoas, incluindo os organizadores. Aqui ficou decidido que iriam fazer um suicídio coletivo, mas “com charme”. Viajaram todos juntos num autocarro, percorreram várias cidades europeias em busca do melhor sítio, mas nunca o encontraram. Havia sempre um acontecimento que os impedia. Na viagem, viveram cada momento como se fosse o último, cantaram, dançaram, riram e choraram. Partilharam as suas histórias de vida, o que os afligia e o que lhes dava motivo para terminar com a vida. Com a lembrança dos bons momentos que viveram juntos, concluíram que a morte não fazia mais sentido para eles.

O 17º Ciclo de Teatro Universitário da Beira Interior termina na próxima quinta-feira, dia 14 de março, com a peça “Mata-dor”, uma encenação do Grupo de Teatro da Universidade da Beira Interior (TeatrUBI) em conjunto com a ASTA – Associação de Teatro e Outras Artes.