Nilton Paulo, natural de Angola, veio viver para Portugal, com os pais, aos oito anos de idade, movidos pelo sonho de terem “melhores condições da vida”. A mudança não foi, para o guarda-redes, complicada, uma vez que “era uma criança e as crianças adaptam-se, muito rapidamente, a tudo”. O desportista começou a jogar futebol aos 12 anos no União Futebol Clube Moitense, um clube da distrital de Setúbal, sedeado na vila da Moita, mas desistiu na primeira época que começou a praticar a modalidade, pois para Nilton Paulo a “escola era o mais importante”, e ser futebolista “não era, à época, um sonho”, o sonho era ser “piloto ou advogado”. Aos 18 anos regressou à modalidade, mas como “hobby”, encarando esta como uma oportunidade para “estar com os amigos”.

Aos 21 anos, Nilton Paulo teve a “oportunidade de uma vida”. A jogar, enquanto amador, no 1º de Maio Futebol Clube Sarilhense, um clube que disputa a 1ª divisão distrital de Setúbal, foi convidado a representar o Clube Recreativo Desportivo do Libolo, atual bicampeão do Girabola, tornando-se profissional. O guardião da equipa do Kwanza-Sul admite que existem sérias diferenças entre o amadorismo e o profissionalismo, não só pela exigência, dado que “o Libolo joga sempre para ganhar”, como também pelo próprio gosto de jogar futebol que, agora, é muito maior.

Nilton Paulo salienta que, para já, o futuro passa por “permanecer no Libolo”, onde quer “continuar a ganhar títulos e apostar, provavelmente, na Liga dos Campeões Africana”, mas não esconde o desejo de regressar à Europa. “Planeio jogar na Europa porque cresci aqui e jogar na Europa é sempre muito bom, mas não por agora”, acrescenta. O guarda-redes do Recreativo do Libolo ambiciona ainda, no futuro, representar a seleção de Angola. 

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