A cidade da Covilhã acolheu entre os dias 20 e 23 de setembro mais uma edição do Festival da Cherovia, que decorreu como já é habitual no espaço do Jardim Público.
A Cherovia, ou Pastinaca Sativa (nome científico) é um tubérculo que Eduardo Cavaco, promotor do evento, descreve como “uma raiz que tem a forma de uma cenoura, a cor do nabo e sabe a anis. O seu sabor é uma mistura de ambos os legumes, mas mais acentuado e até adocicado”. Eduardo Cavaco, que considera a Covilhã a “capital nacional da cherovia”, decidiu começar com este evento quando descobriu no tubérculo “enormes potencialidades para especiarias” e sendo “um produto da região faria todo o sentido organizar o festival como forma de incentivar o cultivo e o consumo de cherovia”, explicou.
Esta raiz que em Portugal apenas é encontrada em terras serranas, tem dado largas à imaginação dos que a preparam, e para além de frita, como é tradicionalmente consumida, também pode ser encontrada em filhós, bolos, doces, ou até mesmo gomas. Estas novidades culinárias foram algumas das atrações do festival, que ultrapassou os dez mil visitantes e contabilizou cerca de uma tonelada de cherovia consumida.
Outro atrativo foi a presença de barraquinhas de associações covilhanenses, onde para além de divulgarem o seu trabalho poderiam vender produtos fabricados com cherovia. Este ano, a animação também ficou a cargo de artistas da terra “uma forma de minimizar custos e divulgar o que de melhor se faz na região”, contou Eduardo Cavaco.
Patrícia Fonseca, responsável pela barraquinha “Cherosabor” de doces de cherovia “a novidade do ano”, é da zona de Sintra e conheceu o tubérculo na edição anterior numa visita à Covilhã. Desde aí decidiu “apostar nas potencialidades que a cherovia tem e divulgá-las”, referiu. A empresária produz diversas variedades, desde o doce apenas de cherovia, até às compotas com adição de outros frutos. “A receptividade por parte das pessoas tem sido bastante positiva” comentou Patrícia Fonseca, acrescentando ainda que “diversas variedades do doce já se encontram esgotadas”.
Também as associações de caridade marcaram presença no evento, como foi o caso da AJAS. A responsável, Joana Cardoso, elogiou a iniciativa, pois considera que é importante também estas associações terem lugar numa festa da cidade, podendo assim divulgar o seu trabalho “e mostrar a solidariedade da Cova da Beira”. A AJAS também entrou no espírito da festa e confecionou uma torta de cherovia.
Quanto à população da Covilhã, é com agrado que vê o festival acontecer ano após ano, pois para além de trazer animação à cidade, “também a dá a conhecer, mostrando lá fora as suas potencialidades”, comentou Isabel Sario. Da mesma opinião é Diana Ranito, também visitante, que destaca a envolvência da festa com os jovens da cidade e da universidade.
Durante os quatro dias de festival os visitantes puderam assistir a atuações de tunas da cidade, ranchos folclóricos, grupos de bombos, e o tradicional bailarico. Estava ainda programado para Domingo um concurso de pratos confecionados com cherovia, que devido ao mau tempo acabou por não se realizar. Para entrar no recinto era cobrado um euro por visitante.
A iniciativa que decorreu no Jardim Público esteve a cargo da Banda da Covilhã em parceria com a Desertuna, Covilhã Eventos, e contou com o apoio da Câmara Municipal da Covilhã.