A Universidade da Beira Interior vai liderar o projeto europeu denominado “Smart and Sustainable Insular Electricity Grids Under Large-Scale Renewable Integration”. Uma investigação que conta com um total de 5.5 milhões de euros, no âmbito do 7º Programa – Quadro de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico (FP7), e no qual estarão presentes mais cinco universidades e 11 empresas.
João Catalão, docente do Departamento de Engenharia Eletromecânica, é o responsável por este marco. Há vários anos que Catalão tem vindo a desenvolver um quadro de investigações na área das energias renováveis. Este docente tem já sob sua alçada duas investigações financiadas pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), “daí que não fosse possível candidatar mais projetos, para já”. Com tudo isto surgiu a ideia “de avançar para uma equipa europeia”. Depois de um trabalho de vários meses a desenvolver a candidatura desta investigação, surge a luz verde, por parte da Comissão Europeia.
Pelo montante envolvido, com a UBI a receber cerca de 900 mil euros, e pela liderança de um consórcio europeu, o docente sublinha que “esta é uma data histórica, uma vez que em 26 anos de universidade, nunca esta academia tinha sido coordenadora de um projeto deste tipo. Existem alguns em que somos parceiros, mas ser coordenadores é totalmente diferente”. Também a vice-reitora para a investigação, Ana Paula Duarte partilha desta visão. Para a responsável, “é uma grande notícia para UBI e para a investigação. Obviamente que a verba atribuída é um grande incentivo, mas também não posso deixar de salientar que a aprovação deste projeto representa mais um reconhecimento internacional do trabalho que tem sido desenvolvido na instituição na procura da investigação de qualidade e excelência.”
O principal objetivo do programa é o de adaptar o atual sistema energético europeu de forma a torná-lo mais sustentável, mais independente, conjugando várias fontes de energia (incluindo renováveis) mais eficiente e mais seguro, aumentando simultaneamente a competitividade da indústria europeia. “A ideia é trabalhar na energia renovável e apoiarmo-nos nas “smart grides”, redes inteligentes de energia. O grande avanço desta investigação é o facto de estar focada em ilhas, isto porque são territórios onde existe essa falta de comunicação ou ligação a sistemas de energia e muitas vezes a própria ilha tem de ser autónoma, em termos energéticos, relativamente a outros espaços”, acrescenta Catalão. Desde os Açores, às Ilhas Canárias, passando por ilhas italianas e gregas, muitos são os locais que nos próximos 36 meses vão servir de laboratórios para o desenvolvimento dos trabalhos em causa. No âmbito deste programa de apoio da Comunidade Europeia à área da energia destaque ainda para o facto da Universidade da Beira Interior ser a única instituição académica contemplada com verba para investigação, a par de grupos empresariais liderados pela EDP, Iberdrola, entre outras.