Urbi@Orbi – Preside à mais recente faculdade da UBI. Passado dez anos da abertura das Ciências da Saúde, o que acha que mudou na região?
Miguel Castelo Branco – [Ver resposta] – Este é um processo que ainda não está concluído, o da implementação da faculdade. Mas o que veio mudar na região foi a sua interacção com o sistema de saúde. Um dos aspectos que se pretendeu com esta faculdade foi a sua relação, muito íntima, com o sistema de saúde, em dois sentidos.
Quer no sentido de facilitar a atracção e fixação de profissionais e no sentido de contribuir para o desenvolvimento técnico e científico dos próprios profissionais, hospitais e centros de saúde da região. Qualquer destas coisas são hoje verdades e aconteceram. Houve atracção e fixação de profissionais de alto nível e alargamento da capacidade técnica e melhoria da aplicação prática dos conhecimentos na população.
Hoje, o panorama da saúde na nossa região é melhor do que antes da instituição e ainda pode continuar a melhorar.
Urbi@Orbi – O método de ensino que foi introduzido na UBI através desta faculdade, com práticas mais centradas no aluno, tem vindo a ser reconhecido pelos pares. Considera esta uma das mais-valias da FCS?
Miguel Castelo Branco – [Ver resposta] – A aprendizagem centrada no aluno e a reforma que foi feita na organização de toda a estrutura docente, no sentido de garantir que esse processo de integração também decorria em simultâneo, ensino centrado no aluno e ensino integrado, com aproveitamento e majoração dos processos de relação entre as várias componentes do curso, de forma a que as coisas fluam por um lado e por outro não exista excessiva redundância, a não ser a conveniente em processos de ensino, levaram a criar metodologias que são baseadas na aprendizagem activa do aluno e em processos que tendem a garantir um conhecimento essencial.
A aprendizagem que nós conseguimos desenvolver na implementação do processo da medicina, serviu já para a implementação dos novos cursos, e agora queremos aprimorar para futuras formações.
Urbi@Orbi – A investigação que está a ser feita na Covilhã é uma forma da afirmação académica e um meio para a internacionalização de que fala?
Miguel Castelo Branco – [Ver resposta] – Há uma coisa que a UBI conseguiu demonstrar desde o seu início que passa por, apesar das dificuldades que todos estes processos antecipariam, como a não existência de quadros docentes próprios, dificuldade de fixação dos técnicos, a criação de pólos de investigação, a universidade tem feito tudo isso. Tem tido e sido capaz de criar dinâmicas para atrair docentes, apostar na diferenciação e na dinamização do próprio quadro docente, com uma evolução muito significativa nesse aspecto.
Para além disso, têm sido criados centros de investigação nessas áreas que têm servido de interface com a própria região e com o estrangeiro. A tudo isto junta-se o facto da UBI ter sido um pilar no crescimento e sustentação económica da região, desde o fim do processo dos têxteis.
Temos potencialidades para continuar a ser um desses pilares, mas existe aqui uma necessidade muito importante de interacção com as autarquias e com o poder nacional, no sentido de se assumir uma perspectiva de desenvolvimento do interior e de um desenvolvimento sustentado que passa muito pela introdução de novas tecnologias, pelo desenvolvimento científico e pela investigação que é feita nas universidades. Este é um pilar fundamental que deverá continuar a ser desenvolvido no futuro.
“O mais importante é criar pólos de saber para apoiar o desenvolvimento regional”
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