“É fundamental desenvolver o espírito da investigação”
Um dos mais conhecidos clínicos da região está agora à frente da mais recente faculdade da UBI. Miguel Castelo Branco é o novo presidente da Faculdade de Ciências da Saúde, projecto que conhece desde o início e para o qual tem alguns projectos. Continuar a aposta na investigação e promover a interacção com os hospitais, centros de saúde e demais instituições são alguns dos pontos fundamentais do seu programa.
> Eduardo AlvesUrbi@Orbi – É médico e também docente, duas áreas profissionais onde sempre actuou. Como é agora dirigir uma Faculdade de Ciências da Saúde?
Miguel Castelo Branco – [Ver resposta] – Sempre estive ligado à docência, desde 1992 que dou aulas, primeiro em Coimbra e posteriormente aqui na Covilhã. Em relação à questão da gestão, sobretudo da Faculdade de Ciências da Saúde, acredito que quem esteja à frente desta unidade tenha de ter uma visão pragmática desta área. Gerir uma faculdade é muito diferente da gestão de um hospital, mas existem alguns aspectos idênticos. No caso da nossa faculdade, é um projecto que acompanho desde o início e por isso espero agora contribuir para o sucesso da faculdade, da UBI e da região.
Hoje é muito importante que o médico tenha actividades de investigação e de clínica. Os médicos das instituições de saúde são muito solicitados a formar os internos quer de ano comum, quer das especialidades e a investigação também deve fazer parte da carreira destes profissionais.
As instituições de saúde chamam muitas vezes os seus internos a participar em projectos de especialidade e há sempre uma função de ensino. Por outro lado, há cada vez mais, uma parte de investigação com uma importância em crescendo. É fundamental que nós desenvolvamos quer nos médicos que estão numa fase pós-graduada, quer naqueles que estão agora a estudar na área das Ciências da Saúde, o espírito da investigação.
As pessoas, a par da sua carreira clínica ou técnica, devem desenvolver a sua carreira académica. Nesse aspecto, Portugal é um País que tem estado bastante atrasado, mas penso que temos uma excelente capacidade de mudança e espero que sejam dados passos no sentido de nos aproximarmos do nível de investigação que outros países já têm.
Urbi@Orbi – Essa é uma das marcas que pretende continuar a implementar aqui na faculdade?
Miguel Castelo Branco – [Ver resposta] – A Faculdade de Ciências da Saúde, desde o seu início, abraçou, de uma forma muito íntima, a questão da investigação. Posteriormente, e seguindo este espírito, criou-se o Centro de Investigação em Ciências da Saúde (CICS) que tem vindo “de vento em popa”. Na sua última avaliação conseguiu um very-good e isso é um excelente indicador positivo, com o qual podemos dizer que temos um centro de investigação, que está a trabalhar, que está a desenvolver investigação, que já está muito bem avaliado e que vamos, obviamente, continuar a apostar no seu desenvolvimento e também na possibilidade deste se vir a transformar numa unidade de investigação de excelência.
Actividades que se estão a desenvolver que se traduzem em publicações, em patentes e em investigação que está a ser desenvolvida nessa matéria, mas que tem muito a ver com as chamadas ciências básicas, aquilo que é o projecto que se vai tentar acelerar é o projecto de alargamento à investigação clínica. Um passo que será dado com o envolvimento de todos os hospitais, centros de saúde e também com um maior envolvimento da faculdade.
Urbi@Orbi – Esse é um dos principais desafios futuros para a faculdade?
Miguel Castelo Branco – [Ver resposta] – Sem dúvida. Existe um ponto muito importante que é o da internacionalização e um outro que, a par com a consolidação do projecto e a adaptação a Bolonha, com a Medicina a ser um dos cursos a incluir este método de forma inédita, que lhe dá uma perspectiva interessante.
O desenvolvimento do processo de ensino centrado no aluno e o desenvolvimento dos vários cursos da faculdade e também a aposta na investigação e internacionalização ganham relevância como as questões mais fulcrais.
“O processo de implementação da faculdade ainda não está concluído”
“O mais importante é criar pólos de saber para apoiar o desenvolvimento regional”
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