Urbi@Orbi – Centralizar os projectos de investigação e os esforços em inovar é também uma forma de melhorar a qualidade dos trabalhos que são desenvolvidos na universidade?
Ana Paula Duarte – A intenção é reunir num organismo as diferentes áreas de investigações para conseguir promove-las, para além de manter actualizada toda a informação sobre a investigação desenvolvida nas diferentes Unidades e Centros.
Outra das intenções passa por tentar melhorar a produtividade científica, tanto quantitativa como qualitativamente, promovendo a publicação em revistas indexadas a índices de citações de ciência (ISI). Estas são métricas que são reconhecidas internacionalmente. Este objectivo passa por fomentar as pessoas a fazer mais e melhor investigação. Se os investigadores conseguirem fazer melhor investigação, o número de publicações também irá crescer.
Nada impede, contudo, o fomentar de medidas que levem as pessoas a publicar. Por vezes temos investigadores que trabalham muito bem, mas, ou porque não se habituaram a começar a publicar, ou porque não sabem também como o fazer, não publicam os resultados do seu trabalho. Vamos então tomar algumas medidas para incentivar as pessoas a publicar aquilo que fazem.
Urbi@Orbi – Um relatório da EUA apontava para um número reduzido de publicações e de patentes. São também áreas onde vão existir alterações?Ana Paula Duarte – O nosso gabinete, conhecido até agora como GAAPI, e que sofreu já uma reestruturação interna, é um Gabinete de Apoio a Projectos e Investigadores e agora, com a nova organização cada técnico que ali exerce funções tem as suas competências definidas e dedica-se especificamente aos assuntos que lhe foram atribuídos.
Naquele gabinete existe um grande trabalho no domínio das patentes. Temos também uma parceria com o INPI, entidade que regista as patentes a nível nacional, e somos apoiados a fomentar as patentes entre os nossos investigadores.
Este é um aspecto que necessita de uma atenção ainda maior do que no caso das publicações, isto porque, no caso destas, os investigadores acabam por se ir publicando. No caso das patentes, a maioria dos investigadores nem sequer fazem ideia de que o assunto que estão a investigar e a desenvolver pode ser patenteado.
Urbi@Orbi – Com a criação do ICI podem surgir na UBI, a breve trecho, carreiras de investigação, em exclusivo?
Ana Paula Duarte – Não está previsto, para já, esse campo. É um aspecto que todas as universidades ambicionam, mas infelizmente, só as mais antigas têm. Neste momento, temos investigadores, que têm conseguido manter as suas investigações com bolsas de doutoramento e pós-doutoramento como os bolseiros dos programas da FCT Ciência 2008 e 2009.
Urbi@Orbi – No que respeita à produção científica e às ligações que a instituição mantém com a sociedade civil, quantos projectos estão agora submetidos a concurso?
Ana Paula Duarte – Neste momento está a terminar uma candidatura a projectos de investigação em todos os domínios científicos da FCT e estamos a fazer uma contabilidade final do número de projectos submetidos. Esta quantificação é possível já que todos os projectos passaram pelo GAPI para serem observados em termos financeiros, dado poderem existir algumas falhas que depois dificultam a execução dos projectos no caso de serem aprovados. As declarações de compromisso da UBI só são assinadas após esta verificação.
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