É entre classes magistrais na Universidade de Grenoble, onde lecciona há já vários anos e tempos dedicados exclusivamente à investigação e escrita que Gilles Lipovetsky encontra tempo para aceitar os muitos convites de participações em seminários e palestras.
Filósofo de formação “e de alma”, como gosta de dizer, começou por estudar de uma prisma singular o fenómeno da moda e da comunicação. Tarefa que desde logo “se começou a tornar muito ampla e a transbordar para outras áreas, como a do cinema, da publicidade, da comunicação do marketing”. Para terminar, “sempre na mesma unidade, o homem”. Nasce na cidade francesa de Millau a 24 de Setembro de 1944e assiste a diversas “eras de loucura, com o pós-guerra, o Maio de 68 e por aí”. Começa assim a centrar também o seu estudo num campo contemporâneo que o levam a criar o conceito de “Hipermodernidade”. Um tempo onde tudo é levado a um expoente máximo, onde tudo parece ser “inflacionado”. Explica a sua teoria com casos concretos que passam pelo consumismo desmedido, pela indústria do luxo e por um mundo onde as amplitudes entre as classes sociais são cada vez maiores. A esquizofrenia do consumo levou, segundo ele, “a uma perda quase total dos valores que se tinham como adquiridos, como solidamente implantados”. Para além disso, na sua visão do estado actual da sociedade “as pessoas nunca estão contentes com o que têm, esse é o grande problema do capitalismo”. Segundo Lipovetsky, tudo hoje “é efémero”. Com grande parte da sua pesquisa dedicada à comunicação tem agora também trabalhos que pretende compreender a cada vez mais importante presença e afirmação de imagens. De entre as suas obras mais conhecidas, destaque para “Do Luxo Sagrado ao Luxo Democrático”; “A Era do Vazio”; “Ensaios Sobre o Individualismo Contemporâneo”; “A Felicidade Paradoxal”; “O Império do Efêmero: a Moda e Seu Destino nas Sociedades Modernas”; “A Inquietude do Futuro: o tempo hiper-moderno”;
“O Luxo Eterno: da Idade do Sagrado ao Tempo das Marcas”; “Metamorfoses da Cultura Liberal”; “A Sociedade da Decepção”; “A Sociedade Pós-Moralista”; “Os Tempos Hipermodernos” e “A Terceira Mulher”.
“A sociedade atravessa uma crise de ideias”
“Graças às novas tecnologias há mais jovens com vontade de criar”
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