Sobreviventes do cancro da mama criam núcleo na Covilhã
Viveram a doença e agora querem ajudar outras mulheres nessa situação. Num ano surgiram no distrito 420 novos casos e faleceram 30 pessoas.
“Queremos proporcionar às outras mulheres o apoio necessário que não tivemos. Há o apoio médico, mas é uma mais-valia ter ao lado alguém que já passou pelo mesmo”, refere Fátima Pires. Essa é a motivação para, com mais quatro “sobreviventes”, estar a criar o Núcleo da Covilhã Contra o Cancro da Mama.
O pedido para a filiação da estrutura já foi feito à Liga Portuguesa Contra o Cancro, tal como a solicitação para lhes ser dada formação sobre como abordar as doentes. Até ao final do ano esperam obter uma resposta.
Segundo Patrícia Tjeng, médica do Serviço de Ginecologia do Centro Hospitalar Cova da Beira, em 2005 morreram 30 mulheres no distrito vitimadas por esta patologia. No mesmo ano, segundo os dados mais recentes disponíveis, surgiram 420 novos casos. Nos Cuidados Paliativos do Hospital do Fundão, informa Lourenço Marques, faleceram “pouco mais de uma dúzia de pessoas com cancro da mama” nos últimos dois anos.
O panorama reflecte a tendência nacional. São detectadas cada vez mais situações, devido ao maior número de rastreios que dão a conhecer o problema precocemente, mas a mortalidade tem vindo a diminuir. Uma redução que Patrícia Tjeng justifica com as “novas formas de tratamento e novas medicações”.
Em todo o processo “o estado psicológico tem muita influência”, nota a médica. “A imunidade fica fortalecida com a postura de lutar contra a doença. Tem um efeito favorável na terapêutica”, realça. Por isso considera importante a vontade de Fátima, Olga, Laura e Lurdes, entre os 40 e os 50 anos, quererem mostrar que é possível vencer a doença. “A visão dos técnicos não é a mesma, esta ajuda é um contributo de grande valor, porque são situações concretas, é o real”, frisa Lourenço Marques.
Multimédia