Jornadas com Exercício e Saúde
Combater o sedentarismo, a epidemia do século XXI, sublinhando a actividade física como indispensável para uma vida plena de saúde foi o lema das I Jornadas de Exercício e Saúde em Medicina, organizadas pelo Núcleo de Estudantes de Medicina da Universidade da Beira Interior (MedUBI).
> Ana Cristina FerreiraNa passada semana, decorreram no Hotel Tryp D. Maria as I Jornadas de Exercício e Saúde em Medicina. De acordo com a Comissão Organizadora esta iniciativa visou "criar um espaço de reflexão e debate sobre a importância e potencialidades da actividade física como área emergente no panorama dos cuidados de saúde, fundamental na formação médica, quer pré, quer pós graduada".
O evento contou com vários especialistas, de renome nacional e internacional, profissionais que se destacam no ensino, investigação e prática clínica, na área do Exercício e Saúde.
Perante uma audiência alargada, composta maioritariamente por estudantes de medicina e de ciências do desporto, e fisioterapeutas, houve lugar para se falar um pouco de tudo, desde os problemas de saúde gerais que o médico de família geralmente encontra nos seus doentes, até à importância de haver uma pré-avaliação médica antes de se começar a praticar exercício em algum heath club ou ginásio.
Segundo Themudo Barata, médico especialista em Medicina Interna e Medicina Desportiva, e director do Serviço de Nutrição e Actividade Física do Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB), “a actividade física é o instrumento mais barato na saúde pública”.
Todos os anos, o mundo tem assistido a um aumento significativo das doenças cardiovasculares, cancro, diabetes e doenças respiratórias crónicas, tudo relacionado com alterações dos estilos de vida, sobretudo o tabagismo, sedentarismo, e uma alimentação não saudável.
Segundo Celina Pires, assistente em Medicina Geral e Familiar no Cento de Saúde de Belmonte, “estima-se que o sedentarismo e a má alimentação sejam causadores de um milhão e 900 mil mortes a nível mundial. É também a causa de 10 a 16 por cento do cancro da mama, do cólon e do recto, bem como de diabetes, e de cerca de 22 por cento da doença cardíaca”.
“É necessário estimular a população para a prática da actividade física, mas é preciso ter-se em atenção as patologias específicas de cada doente, e é aqui que entra em acção o profissional do exercício”, salienta Filipe Ferreira, mestre em Ciências do Desporto.
Filipe Ferreira revela ainda que “o objectivo dos profissionais do exercício e dos ginásios não é de competição com médicos e hospitais, mas sim de interacção entre ambas as partes. Ao médico cabe a prescrição do exercício, e ao profissional do exercício a orientação e acompanhamento que será necessário a cada doente.”
A sessão iniciou-se pela manhã com duas primeiras mesas de debate, onde se destacaram os problemas médicos específicos do desportista, como as lesões ou o a morte súbita e outros riscos cardiovasculares, e a sensibilização para o ensino da actividade física em Medicina.
Durante a tarde, tiveram lugar as duas últimas mesas, nas quais se procurou encontrar uma adequação entre a actividade física e as patologias específicas das doenças cardiovasculares, asma e diabetes, e entender quais os conhecimentos e competências da actividade física que cada profissional de saúde necessita de saber. Os promotores do evento construíram uma página oficial onde se podem encontrar todas as informações e contactos referentes a esta jornada.
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