Voltar à Página da edicao n. 456 de 2008-10-21
Jornal Online da UBI, da Covilhã, da Região e do Resto
Director: João Canavilhas Director-adjunto: Anabela Gradim
      Edição: 456 de 2008-10-21   Estatuto Editorial   Equipa   O Urbi Errou   Contacto   Arquivo  
Uma palestra dedicada às questões da segurança

CHCB ensina a viajar em segurança

Os acidentes de viação são a maior causa de morte de crianças em Portugal, sendo, inclusivamente, a causa directa de 50 por cento do número total de mortes ocorridas até aos 12 anos. Estes foram dados apontados no debate desta quinta-feira no auditório de CHCB, que teve por tema o “transporte de crianças no automóvel”.

> Ana Cristina Ferreira

Integrado na segunda edição da “Semana do Bebé”, o auditório do Centro Hospitalar da Cova da Beira recebeu na passada semana, mais um debate, desta vez sobre o tema do “transporte de crianças no automóvel”.
O evento contou com a presença não só de profissionais de saúde, nomeadamente Teresa Coelho, enfermeira na unidade de neonatologia do CHCB, e Concha Arruda Tavares, Fisioterapeuta no mesmo hospital, como também de Ana Muxagata, gerente da Auto-Jardim Automóvel, sedeada na Covilhã.
Perante uma audiência restrita, composta maioritariamente por educadoras de infância, terapeutas da fala e grávidas, tudo foi tópico de conversa, desde a fisionomia da criança até aos sistemas de retenção em caso de acidente.
Segundo Teresa Coelho, “numa colisão frontal à velocidade de 50 quilómetros por hora, a criança será projectada ou esmagada por uma força maior do que vinte vezes o seu peso, resultado esse correspondente a uma queda do terceiro andar”, daí que “é necessário ter-se atenção na hora de transportar a criança, tendo sempre em conta a sua idade e peso".
De 1999 a 2007 registou-se uma diminuição de cerca de um terço na mortalidade das crianças com idade igual ou inferior a 12 anos vítimas de acidente. Se antigamente as crianças andavam à solta, sobretudo em ambiente urbano, por muitos pais julgarem que, pelo facto de o trajecto ser pequeno, não haveria tanto perigo, agora “os pais estão mais atentos, mas também há uma melhor oferta de cadeirinhas em relação ao que havia em 1992”, adianta a enfermeira da neonatologia do CHCB.
Ainda assim, Teresa Coelho revela que “um dos principais problemas é que ainda não há uma grande oferta se cadeirinhas fabricadas para usar-se de costas, ao contrário, por exemplo, da Suécia, que tem a mais baixa taxa de mortalidade infantil nas estradas, e onde existem várias cadeiras destas à venda. Terá de se criar um interesse nos fabricantes para este tipo de cadeiras”.
Mas, “também a actual lei não ajuda neste capítulo, sendo algo contraditória ao sugerir que a partir dos nove quilos, as crianças possam ser viradas de frente. Pelo menos até aos 18 meses, embora o desejável fosse até aos quatro anos ou 20 quilos”, sugere.
“Não há milagres!”, foi a interjeição que mais se ouviu durante o debate. Um sistema de retenção só tem valor quando é correctamente instalado e usado. Contudo, em 40 por cento dos casos, os mesmos continuam a encontrar-se mal adaptados ou fixos. Ana Muxagata aconselha: “Respeite as regras de segurança e ensine às crianças as regras que elas deverão respeitar, só assim a diminuição do número de vítimas de acidentes rodoviários poderá ser alcançada”.


Uma palestra dedicada às questões da segurança
Uma palestra dedicada às questões da segurança


Data de publicação: 2008-10-21 00:00:01
Voltar à Página principal

2006 © Labcom - Laboratório de comunicação e conteúdos online, UBI - Universidade da Beira Interior