Perfil de Manuel Taveira Martins

Vila Real viu nascer Manuel Taveira Martins. Transmontano de natureza, “homem do mundo por profissão”, como gosta de se descrever. Isto porque, “sem saber bem porquê”, a paixão pelos aviões falou mais alto que tudo o resto e acabou por levá-lo até à Academia Militar. Corria o ano de 1963 e depressa começa por descobrir “a magia e o furor que se desperta nas pessoas ao verem passar os cadetes de aeronáutica”, está escolhido o curso que vai frequentar e que depressa termina.
Depois desta formação acaba por correr quase todo o País, no desempenho das mais variadas funções, Sintra, onde foi brevetado em Março de 1967, o mesmo ano em que frequenta o Curso Complementar de Aviões de Combate, Ota, onde desempenha funções de piloto instrutor, Tancos, Beja, Guiné, Moçambique, Monte Real, entre outros. Mas é em 1977 que termina o Curso Geral de Guerra Aérea e assume o comando do Esquadrão T Bird. Todo um percurso que hoje recorda com alguma nostalgia. “Sempre tive uma grande paixão por aviões de reacção, toda a minha vida passou por aí”. Com mais de sete mil horas de voo, Taveira Martins gosta de brincar com “o facto de ter cada vez menos cabelo, talvez porque grande parte dele tenha ficado colada nos capacetes deste tipo de aeronaves”.
Na carreira militar, Taveira Martins parece também destinado a altos voos e em Junho de 1992 está já colocado no Estado Maior da Força Aérea como Chefe de Divisão de Operações, sendo promovido a Brigadeiro, em Agosto de 1995 posto que iria levá-lo até comandante da Academia da Força Aérea em Junho de 1997. Ao ser promovido a Tenente General, assume também a direcção do Instituto de Altos Estudos da Força Aérea. Toda esta ligação às instituições escolares vai também abrir caminho para conhecer a UBI e os seus responsáveis, aquando da criação da licenciatura em Engenharia Aeronáutica, “curso que sempre apoiei com grande veemência e que ainda hoje representa muitas das potencialidades que o País tem”. Toda a sua carreira militar culmina num dos mais altos cargos da hierarquia, o de Chefe de Estado Maior da Força Aérea, que desempenhou até há um ano e quatro meses.
“Neste momento pertenço à Reserva Militar e dou apoio a outras tantas actividades como é ocaso desta Assembleia Estatutária”, adianta este homem que não gosta de estar sem uma ocupação. “Sai há bem pouco tempo desta minha actividade e por isso ainda me mantenho muito ligado a tudo. Nos tempos livres aproveito para dar algum apoio à associação dos Antigos Combatentes, como presidente da Comissão Executivo do 10 de Junho”. O restante tempo “é passado a dar apoio à UBI e também a visitar alguns organismos militares por onde passei”.

“Fiquei impressionado com o crescimento da UBI”

“A abertura das universidades à comunidade é bastante salutar”