Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 429 de 2008-04-15 |
Covilhã recebe fábrica de aviões
Apresenta-se como o projecto mais arrojado dos últimos tempos na Covilhã. Os terrenos do actual aeródromo vão receber uma fábrica de aviões que irá trabalhar em parceria com a UBI no desenvolvimento e fabrico de aeronaves.
> Eduardo AlvesFoi sob o olhar atento de algumas dezenas de pessoas que o MCR 4S, um pequeno avião de dois lugares desenvolvido pela Dyn Aero, aterrou no Aeródromo da Covilhã. O pequeno aparelho que foi concebido pela Dyn Aero acabou por ser o centro das atenções num dia em que foi apresentado “um dos mais importantes investimentos para a região”, segundo o autarca covilhanense, Carlos Pinto. O aparelho que é comercializado em forma de kit e só posteriormente é montado por empresas especializadas, como é o caso da Aleia, é o primeiro a sair da futura fábrica covilhanense.
Este projecto surge depois de diversas negociações entre a Universidade da Beira Interior, a Câmara Municipal da Covilhã e a Aleia, uma empresa de capitais franceses que vai instalar na “cidade neve” uma fábrica de aeronaves. Depois de várias opções, o responsável máximo pela fabricante francesa esclareceu que a Covilhã foi preterida “depois de uma visita que fiz à UBI e onde fiquei surpreendido pela positiva, sobretudo, no que respeita ao profissionalismo e à seriedade com que trabalham e abordam estas questões com um espírito empreendedor e inovador que são assinaláveis a todos os níveis”, explica Jean Quiquempoix, presidente da Aleia.
A existência de recursos humanos na instituição de ensino superior foi, segundo o mesmo, um dos factores fundamentais para que este empreendimento acabasse por ser instalado na Covilhã, em detrimento de outras localidades portuguesas. Para além do curso de Aeronáutica da UBI, o único no País ministrado por uma universidade pública, revelou-se também fundamental “a abertura e colaboração de todas as entidades e os seus esforços feitos desde a primeira hora, para que este projecto acabasse por vir para a Covilhã”.
As obras de construção da nova fábrica vão arrancar dentro em breve e Jean Quiquempoix espera que no próximo ano as primeiras aeronaves MCR 4S construídas na Covilhã estejam a voar. Para além destes aparelhos, o responsável pela Aleia espera também fabricar aqui peça para a aeronáutica e sobretudo “desenvolver novos modelos, quer de aeronaves, quer de motores, em parceria com a UBI”. Esta segunda fase do investimento tem como objectivo “desenvolver, produzir e fabricar uma nova aeronave que terá o seu voo experimental em 2010 e deve estar certificada e pronta a sair para o mercado em 2012/2013”, acrescenta o presidente da Aleia.
Este novo investimento deverá criar cerca de uma centena de postos de trabalho qualificados e abrange diversas áreas da Engenharia. Manuel José Santos Silva, reitor da UBI, lembra que este “foi um longo processo de negociação que acabou por vir para a Covilhã, sobretudo pelos recursos humanos formados na UBI”. O responsável máximo da instituição de ensino superior é o primeiro a deixar claro que “este investimento não vai criar apenas emprego para a aeronáutica. Existe todo um vasto espectro de áreas que são essenciais a actividades desta natureza, sobretudo na área da Engenharia”. Santos Silva lembra que este tipo de empresas “empregam licenciados desde a Mecânica, passando pela Electrónica e Electromecânica e também, como não poderia deixar de ser, de Aeronáutica”.
As novas instalações da Aleia vão ser construídas junto à actual pista do Aeródromo da Covilhã com um total de 24 metros de largura e 124 de comprimento e serviram de linha de montagem, numa primeira fase, ao MCR 4S e posteriormente à aeronave desenvolvida na Covilhã.
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