Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 423 de 2008-03-04 |
U@O – Numa das muitas avaliações feitas por entidades oficiais, o curso de Ciências da Comunicação da UBI é considerado o segundo melhor do País. A que se deve esse lugar?
P.S. – [Ver Resposta] – Essa foi a última avaliação feita aos cursos de Comunicação em Portugal. A UBI ficou e segundo lugar e a Universidade do Minho em primeiro. Mas quer uma quer outra são-no por algumas razões. Uma delas é o currículo. Um aspecto importante é a forma como este se estrutura, com a matérias e as áreas de investigação e leccionação próprias e o nosso currículo foi considerado um bom currículo, apesar de algumas queixas que existiam na altura, por parte dos alunos, e que apontavam para um currículo muito teórico. Depois, ao nível do corpo docente onde se verifica que temos profissionais jovens mas já com grande grau de formação. Neste momento, no Departamento, já ultrapassámos os 50 por cento de doutorados e na Comunicação os doutorados andam na ordem dos 90 por cento. Temos 12 docentes na área específica da comunicação dois quais, dois estão em doutoramento, os outros estão já todos doutorados.
Para além do corpo docente houve também uma boa avaliação às instalações e equipamentos. O curso de Comunicação há já vários anos que fez uma aposta na prática, em construir laboratórios e comprar equipamentos por forma a termos estúdio de televisão, de rádio, salas de informática e outras vertentes, para permitir que os alunos não tenham apenas um curso de papel e lápis ou giz e quadro, mas que tenham, de facto, um curso que una o saber com o saber fazer de uma forma harmoniosa. Também não queremos aqui formar pessoas, meramente profissionais que não tenham uma componente teórica que lhes permita pensar nas coisas.
Uma quarta componente é a do pessoal de apoio, que apesar de ser pouco é composto por profissionais que se esforçam e fazem as coisas porque temos muito mais instalações e equipamentos do que funcionários para fazer funcionar tudo isso. Mas também há aqui uma grande componente de auto-gestão, dos professores e alunos utilizarem as coisas de uma forma equilibrada.
Por último uma outra componente também assinalada foi a da empregabilidade, que apesar dos problemas que existem no País e nesta área, não estavam tão mal como em outras instituições. Na área das Ciências Sociais e Humanas, o curso de Comunicação ainda era um daqueles que ao fim de seis meses uma grande parte dos alunos já conseguiam emprego.
U@O – Outra das licenciaturas que parece estar a dar cartas é a de Cinema, uma aposta deste Departamento. Formados os primeiros alunos, que análise faz de todo este período?
P. S. – [Ver Resposta] – Foram formados os primeiros licenciados, quer os do currículo pré-Bolonha, com quatro anos, quer os do novo currículo, com três e estamos, neste momento, em funcionamento com o primeiro e o segundo ano do mestrado em Realização. Neste momento terminámos quase uma fase de organização quer em termos de currículos, quer em termos de equipamentos e instalações. E digo quase porque para se cumprir tudo faltam as instalações anexas ao Cybercentro, a que eu gostaria de chamar um estúdio de aprendizagem e em conjugação com as restantes instalações nós teremos dois locais onde se pode trabalhar, numa o som e noutra a imagem. Portanto, toda a componente de laboratório vai ser feita nessas instalações. Quando isso ficar pronto nós já estaremos, mais ou menos equipados e com instalações suficientes para prosseguirmos no futuro.
O futuro tem de ser uma fase de estabilização e consolidação. Temos de ter os nossos alunos e docentes a produzir teses de mestrado e doutoramento na área do Cinema, temos de ter alunos a produzir filmes, a pegar nesses filmes e enviá-los para os festivais de cinema e nesse aspecto temos tido algumas iniciativas amadoras, sobretudo da parte de um filme chamado Indiferente, que vai ser esta semana mostrado no FantasPorto, um filme escolhido para a secção de mostra deste festival, para além de já ter participado em vários festivais nacionais e internacionais.
Também no Cinema gostaria que existisse uma ligação à questão económica e industrial. Há toda uma possível linha de colaboração com empresas, já sem referir outras entidades cívicas como autarquias e associações culturais, onde essa ligação já vai existindo; mas interessava-nos também ir pela via das empresas.
U@O – Os diplomados nesta área, pela UBI, têm sido distinguidos pelos seus trabalhos. É um sinal de que o ensino desta área está no bom caminho?
P.S. – [Ver Resposta] – Sem querermos entrar numa via de auto-elogio e narcisismo, penso que temos feito um grande esforço e aqui quando falo no Departamento tenho de falar na Unidade de Artes e Letras que tem suportado esse esforço em termos financeiros e de instalações e na própria reitoria que também nos tem apoiado em termos financeiros e na aquisição de equipamentos, porque o curso de Cinema, infelizmente não é um curso barato. Aquilo que disse em relação à Comunicação onde temos teoria e prática, ainda se aplica muito mais ao Cinema, onde qualquer câmara, qualquer equipamento de iluminação custa bastante dinheiro e portanto há que fazer um esforço financeiro redobrado, tal como aquele que é feito pelos professores e alunos a ensinar e a aprender todos os dias.
“Acho que há a possibilidade de crescimento noutras áreas”
Perfil de Paulo Serra
“Há toda uma possível linha de colaboração com empresas”
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