“As parceiras com outros Departamentos estão na génese da nossa investigação”

U@O – A UBI tem merecido também o reconhecimento da comunidade pelos seus laboratórios. E quanto às unidades de investigação na área papeleira?
APD – A área de investigação de Celulose e Papel está integrada na Unidade de Investigação de Materiais Têxteis e Papeleiros da UBI. Esta investigação tem sido avaliada positivamente e portanto tem obtido sempre financiamento, que é fundamental para o desenvolvimento do nosso trabalho. Os nossos laboratórios, bem como os nossos serviços, são frequentemente solicitados por entidades externas da indústria e outras instituições.

U@O – Para o futuro, existem algumas investigações que estejam planeadas?
APD – A investigação planeada para o futuro consta para o triénio 2007/2010 da Unidade de I&D onde estamos inseridos e na sua maioria já está a decorrer. Os projectos que estão programados para os próximos três anos abrangem as áreas desde a madeira e outras espécies botânicas até ao produto final, ou seja o papel. De notar que são estudadas outras áreas científicas fora da pasta e papel, como os compostos naturais bioactivos, a produção de bio-etanol e o tratamento de efluentes têxteis, mostrando assim a interacção entre Departamentos, nomeadamente o de Química e o DCTTêxtil. Os projectos apresentados no nosso plano são os seguintes: Identificação de compostos bioactivos em espécies da floresta Portuguesa; Avaliação biológica dos compostos fenólicos das espécies florestais Portuguesas; Produção de bio-etanol a partir de resíduos florestais; Bio-refinação das pastas kraft; Reologia das suspensões fibrosas como função das características morfológicas e de superfície das fibras; Modelação do processo de refinação num refinador piloto; Uso de pasta branqueada de Pinus pinaster como fibra de reforço na produção de papéis de escritório; Modelação da penetração dos líquidos no papel, efeito da estrutura e propriedades químicas; Modificação da superfície de papéis de impressão ink-jet; Modificação da superfície das fibras de celulose e do papel com tratamentos de plasma; Degradação de efluentes têxteis com ozono e nanofiltração

U@O – Existem algumas investigações que estão a ser feitas em parceria com vários Departamentos. Como vê essa relação?
APD – Como já foi referido acima, existe parceria com outros Departamentos, a qual está na génese da nossa investigação, uma vez que a Unidade de I&D onde toda a investigação está inserida reúne os Departamentos do Têxtil, Papel, e um elemento do Departamento de Electromecânica, bem como colaboradores do Centro de Óptica. Esta relação só pode ser benéfica uma vez que permite a sinergia de diferentes valências para um mesmo projecto.

U@O – Para além das ligações dentro da UBI, há também pontes com entidades exteriores. Estas têm vindo a dar resultados?
APD – O DCTP tem estreitas relações com outras Instituições do Ensino Superior e principalmente a nível de investigação, bem como com outras Instituições de Investigação, nomeadamente com as Universidades de Aveiro (Departamento de Química), Coimbra (Departamento de Engenharia Química), Minho (Departamento de Engenharia Biológica), Instituto Superior de Agronomia, tendo já existido projectos financiados da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) em conjunto com estas Universidade bem como com o Instituto de Investigação da Floresta e Papel (RAIZ), que representa a indústria. Existe também alguma colaboração com alguns Politécnicos, nomeadamente o Politécnico de Tomar com uma aluna de Doutoramento, o Instituto Politécnico de Castelo Branco em estágios de alunos finalistas e projectos em comum. O nosso Departamento possui ainda uma estreita relação de investigação com uma instituição do ensino superior francesa, a École Française de Papeterie et des Industries Graphiques, do Institut Polytechnique de Grenoble.

Perfil de Ana Paula Duarte

“A nossa investigação é sempre bastante dinâmica”

“O Departamento tem conseguido financiamento para as suas investigações”