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UBI na descentralização cultural
A primeira mostra de Curtas-Metragens organizada pelo Curso de Cinema da Universidade da Beira Interior conquistou adeptos desde a primeira à última exibição. Durante três dias, o écran da Cinubiteca foi o palco escolhido para a mostra dos trabalhos.
> Eduardo AlvesHá já algum tempo que o Anfiteatro 1 da Universidade da Beira Interior não conhecia tanto público num só evento. Durante três dias, a primeira mostra de trabalhos de cinema dos alunos da UBI levou à zona da Parada dezenas de pessoas.
Um primeiro evento de que se esperam novas edições. Com a mostra de diversas curtas-metragens realizadas por alunos da única licenciatura em Cinema, no País. Esta primeira edição, organizada pelo Departamento de Comunicação, contou com diversos filmes que vão agora estar presentes em festivais nacionais e internacionais.
De entre a opinião geral, destaque para o trabalho positivo conseguido pelos alunos e para os prémios que estas produções vão já arrecadando. Como foi o caso do filme “Lazarus”, de Filipe Carvalho. Uma curta-metragem que venceu a mais recente edição do Village Xpress. A ocasião foi aproveitada para entregar ao jovem aluno de cinema da UBI o prémio pelo primeiro lugar conquistado no evento.
O responsável máximo por um dos festivais de cinema mais conhecidos a nível nacional deslocou-se à Covilhã para entregar a Filipe Carvalho uma câmara de filmar Sony.
Marco Espinheira, director do Lisbon Village Festival mostrou-se bastante conte por atribuir este prémio. Segundo Espinheira, “concorreram estudantes de todo o País e de facto o prémio foi atribuído a um aluno aqui da UBI, curiosamente, a única universidade com uma licenciatura em Cinema a funcionar em Portugal”.
O responsável máximo pelo LVF salienta ainda que “este prémio deu-nos um prazer especial, pois é sinal que outras áreas estão a ter alguma vitalidade e estão a ter uma manifestação cultural assinalável. Isso que para nós que temos como objectivo promover e desenvolver essa cultura, deu-nos um gosto especial”.
Analisando de uma forma global os trabalhos que passaram durante esta primeira mostra, o director do Village Festival dá uma boa nota. Numa visão geral das artes cinematográficas portuguesas, Marco Espinheira garante que “as coisas estão a melhorar”. Este promotor de cinema frisa também o “facto de existir uma motivação e um interesse crescentes, por parte dos alunos, que agora apostam nestas áreas”.
Contudo, Espinheira indica alguns problemas que continuam a manter-se nestas áreas específicas do cinema, “como é o caso dos argumentos, que estão a montante da produção artística e audiovisual”. Para além disso, “temos também outro problema que é a questão do público. O público é mais difícil de mudar, na sua cultura, nos seus gostos, mas até isso está a mudar, o que é já um bom sinal”.
Segundo o director do Village Festival, este tipo de festivais, mostras e concursos servem “precisamente para promover nomes e cultura em português. O Village Festival é uma iniciativa internacional, com filmes de muitos países, tendencialmente mais profissionais, e nós achámos que era importante abrir as portas a jovens talentos que ainda nem sequer começaram a sua carreira profissional”, termina.
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