Voltar à Página da edicao n. 403 de 2007-10-23
Jornal Online da UBI, da Covilhã, da Região e do Resto
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A Câmara da Covilhã prestou uma homenagem ao fundador do Montalto

Uma figura ímpar no ramo hoteleiro

A Câmara da Covilhã prestou uma homenagem, a título póstumo, a Artur de Almeida Campos. O fundador do conhecido Café Montalto, foi também “um visionário para a sua época e um percursor de muitas empresas na Covilhã”.

> Eduardo Alves

As colunas de granito trabalhado e as enormes arcadas que servem de pórtico para o interior conferem ao edifício “colada” ao Teatro-Cine da Covilhã, uma presença singular. Um espaço localizado no coração da cidade que foi também um motor de movimentos sociais, palco de muitas discussões e base para um romance histórico escrito por Manuel da Silva Ramos.
Actualmente as instalações do antigo “Café Montalto” estão transformadas numa dependência bancária, mas conta quem viveu os dias de glorio do “Montalto”, que o espírito de “praça pública” e de “acolhimento dos clientes” ainda por ali paira.
Não foi a pensar propriamente no café ou nos serviços que este oferecia, também não foi o papel importante que o lugar representou para as gentes da Covilhã, que a autarquia serrana decidiu agora colocar uma placa evocativa numa das tais colunas graníticas. A homenagem foi feita a Artur de Almeida Campos, fundador e proprietário do Montalto. No dia da cidade, os responsáveis camarários quiseram lembrar “um homem muito para lá do seu tempo, cuja visão cívica e empresarial muito de bom trouxe à Covilhã”.
Artur de Almeida Campos nasceu a 1 de Maio de 1908 em Fajão, concelho de Pampilhosa da Serra. Desde cedo revelou ser um homem empreendedor, começando a sua carreira na restauração, em Lisboa, na Avenida da Liberdade. Neste primeiro negócio de cafetaria associou o fabrico de iogurtes, um produto inovador, mas pouco aceite na época.
Pouco tempo depois trocou Lisboa pelo Fundão, onde abriu o seu primeiro café no distrito de Castelo Branco. Expande o seu negócio apostando na Covilhã, onde inaugura o conhecido Neve Hotel, edifício que deu lugar à actual sede dos Correios da cidade, na Praça do Município, e o café A Brasileira, espaço que primava pela irreverência e inovação, sendo o primeiro do concelho a apresentar sessões de música ao vivo e outros espectáculos culturais. Estabelece-se definitivamente na Covilhã e começa a alargar a sua actividade a todo o distrito.
Segue-se a abertura do Café Avis, em Castelo Branco, considerado por muitos, o melhor café da zona. Já conhecida a sua notoriedade no ramo da restauração foi convidado a fundar o Café Montalto, estabelecimento que viria a marcar a vida de toda a cidade e que ainda hoje está bem presente nas memórias colectivas dos covilhanenses e conhecedores da região.
No seguimento do seu empreendedorismo cria um monopólio na hotelaria do distrito, como a Estalagem da Neve, o Café-Cine, no Fundão, a estalagem O Pastor, nas Penhas da Saúde, a residencial Sol Neve, o Forno e a confeitaria Lisbonense, o café Montiel e a residencial Montalto, entre muitos outros pequenos negócios.
Foi também sócio gerente da firma Ângelo e Pião, Auto-Transportes, mas por motivos de saúde acabou por não continuar naquela que foi a percursora da Auto Transportes do Fundão.
Foi também membro dos Bombeiros Voluntários do fundão e presidente do Rotary Clube da Covilhã. Artur de Almeida Campos faleceu a 16 de Agosto de 2000, na Covilhã, com 92 anos.

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A Câmara da Covilhã prestou uma homenagem ao fundador do Montalto
A Câmara da Covilhã prestou uma homenagem ao fundador do Montalto


Data de publicação: 2007-10-23 00:33:24
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