Voltar à Página da edicao n. 396 de 2007-09-04
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Após o jantar de encerramento na passada sexta-feira

Trinta e um dias de bom português

Chegou ao fim o Curso Intensivo de Língua Portuguesa que trouxe à Universidade da Beira Interior 39 jovens vindos dos quatro cantos do mundo. Com o objectivo de ensinar português a este grupo de jovens que vai estudar, no próximo semestre, em diversas instituições de Ensino Superior em Portugal, o curso intensivo de português revelou-se, uma vez mais, um verdadeiro sucesso. As despedidas foram feitas em português e no jantar de encerramento, onde foram entregues os diplomas, vivia-se um misto de alegria e tristeza. Durante 31 dias estes jovens não só aprenderam a língua portuguesa como ficaram a conhecer um pouco mais da cultura regional.

> Ricardo Morais

Um mês, trinta e nove alunos, três professores e a língua portuguesa. Foi com estes elementos que se realizou mais uma edição do Curso Intensivo de Línguas Erasmus (CILE). Espanhóis, Polacos e Eslovenos, Húngaros e Turcos, Italianos e Franceses, Ingleses e Alemães, as nacionalidades pouco importaram na hora de aprender português e de conhecer a cultura regional. O curso já chegou ao fim e o balanço que se pode fazer é muito positivo.
Desde o inicio do mês de Agosto que um grupo de 39 alunos estrangeiros, que a partir de Setembro vão estudar em instituições de Ensino Superior de Portugal ao abrigo do programa de mobilidade Erasmus, aprendiam português na Universidade da Beira Interior, na Covilhã.
Tudo começou no dia 1 quando decorreu a apresentação dos participantes e do corpo docente, numa cerimónia no bar do pólo das Engenharias, em que o reitor da UBI deu as boas vindas aos alunos.
O desafio era grande mas os alunos mostravam-se empenhados e com vontade de o ultrapassar. Apenas uma semana após o inicio do curso e os alunos já diziam as primeiras palavras em português. "Olá", "Bom dia", "Boa Tarde", algo demasiado simples, mas este era afinal o primeiro sinal de que a aprendizagem estava a correr bem.
Proposições, verbos e nomes, um conjunto de matérias que os professores ensinavam aos alunos durante as manhãs de aulas. Entre as 100 horas de estudo intensivo estes alunos ainda encontraram tempo para conhecer a região e a cidade da Covilhã. A professora Ana Rita Carrilho afirmava que conhecer a região era "uma oportunidade única" para os alunos. A docente salientava que, "não queremos que apenas aprendam a falar, também queremos que nos conheçam melhor, que conheçam a região e que aprendam algo sobre a nossa cultura".
Assim, entre as 100 horas de aprendizagem intensiva, a UBI programou, com o apoio dos monitores Liliana Carvalho, Inês Pais e João Cantador, diversas visitas a alguns locais mais típicos da região, nomeadamente, às localidades de Castelo Novo, Penha Garcia, Belmonte, Monsanto entre outros.
A estas visitas juntaram-se outras actividades como as idas à piscina e ao rio ou o pedy-paper. Aparentemente apenas mais um jogo com pistas e alguns desafios. Mas para estes alunos foi muito mais que isso. Todas as pistas estavam em português, os alunos só podiam falar entre si em português e eram obrigados, para não se perderem pelas ruas da Covilhã, a falar directamente com as pessoas que encontravam. A tudo isto juntam-se as provas de português que os alunos tinham de realizar em cada local de paragem.
O jornal de parede foi outra das actividades que os alunos desenvolveram ao longo do curso. O professor André Costa explica como se processa todo o trabalho. "Durante a semana os alunos vão enviando artigos, pequenos textos em português, sobre qualquer assunto, ou seja, basicamente o tema é livre".
A última destas actividades foi a realização de um filme com história e textos em português. Os alunos tiveram de escrever os textos para as personagens e criar uma história. O filme contou também como um elemento de avaliação.
O curso chegou ao fim e o professor João Costa acredita que o balanço que pode ser feito é muito positivo. "O balanço que possa ser feito, tem sempre a ver com os resultados alcançados. Nós desde o inicio de Agosto até agora, os alunos já conseguem comunicar, ou seja, eles chegaram, ou a grande maioria, com conhecimento zero de português e neste momento já conseguem comunicar, obviamente que alguns com mais dificuldade que outros, mas conseguem comunicar em contextos específicos. Já têm um conhecimento muito mais profundo daquilo que é o português. Conseguem já perceber algumas das estruturas básicas, tempos verbais, e o balanço é obviamente bastante positivo, não só ao nível dos conhecimentos adquiridos como ao nível das relações interpessoais que se nota que os alunos conseguem estabelecer entre eles e mesmo connosco e com os monitores, seja também um balanço das actividades que foram desenvolvidas paralelamente às aulas".
No jantar de encerramento, onde foram entregues os diplomas aos alunos, esteve presente o professor Luís Carrilho em representação da reitoria, que felicitou os alunos e deixou uma mensagem para que estes passem a palavra aos colegas para que no futuro o curso continue a melhorar e a ter cada vez mais alunos.
João Malaca Casteleiro, coordenador do curso intensivo de Português, também marcou presença no jantar de encerramento, onde os alunos receberam os seus diplomas e se despediram, numa mistura de alegria e tristeza, dos professores e monitores, porque afinal de contas e como referiu o professor André Costa, "durante um mês todos os que participamos neste projecto acabamos por formar uma grande família".


Após o jantar de encerramento na passada sexta-feira
Após o jantar de encerramento na passada sexta-feira


Data de publicação: 2007-09-04 00:00:00
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