Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 396 de 2007-09-04 |
Museu ao ar livre na Quinta da Fórnea
É um assentamento romano descoberto durante as obras de construção da A23, o que obrigou inclusive a desviar a estrada. A Quinta da Fórnea, porém, desde 1997 que se encontrava ao abandono. Agora decorrem os trabalhos de valorização para que ali surja um "museu ao ar livre".
> Notícias da CovilhãDecorria o ano de 1997 quando, durante as obras de contrução da A23, perto de Belmonte, foi descoberto um assentamento romano no lugar da Quinta da Fórnea. Um achado que fez mesmo com que o traçado da Auto-Estrada fosse desviado em 100 metros para se preservar a riqueza arqueológica do local. Os terrenos pertenciam a um particular, fizeram-se as escavações e depois cobriram-se com terra de modo a preservar o que ali existia. A Câmara de Belmonte, desde logo propôs que se valorizasse a estrutura. Mas o processo, segundo o autarca local, Amândio Melo, estaria nas mãos do IPPAR, que não terá dado andamento ao processo. E assim, durante 10 anos o local esteve ao abandono, com o mato a crescer e até por ali houve um incêndio. Passado todo este tempo, este local histórico vai finalmente ser aproveitado.
É que a Câmara de Belmonte efectuou uma candidatura ao Programa Operacional de Cultura para o finaciamento do restauro e valorização do assentamento romano. Esta candidatura, no âmbito do III Quadro Comunitário de Apoio, foi aprovada, dando-se agora início a trabalhos de valorização que contam com a presença de dez técnicos. O objectivo é a criação de um aprazível e didáctico "museu do passado", assumindo a configuração de um "museu ao ar livre", que está "tão em voga por essa Europa fora e que começa agora a fazer-se também no nosso País", afirma a autarquia no seu boletim.
Nos últimos tempos foi descoberto no local um mausoléu, que é um túmulo de uma figura importante ou de um conjunto de pessoas. Um achado que reforça a importância do local, constituído por um hectare de ruínas e de onde já saíram peças relacionadas com fornos, forjas, currais e habitáculos de servos, que indiciam a presença rústica de uma vila cuja área se localizaria nas proximidades.
Para o presidente da Câmara de Belmonte, Amândio Melo, esta descoberta pode "trazer à luz do dia importantes revelações e reforçar a importância histórica de Belmonte", que assim apostará num turismo cultural e que já tem espaço para a Idade Média, os Descobrimentos e o período da romanização, em especial como Monumento Nacional que é Centum Cellas, na freguesia de Colmeal da Torre.
Depois de apostar numa rede temática de museus, constituída pelo Ecomuseu do Zêzere (ambiente), Museu do Azeite (agricultura), Museu Judaico (religiões), salas do Castelo e no futuro Museu à Descoberta do Novo Mundo (Descobrimentos), Belmonte terá neste "museu ao ar livre" mais uma alternativa para os inúmeros turistas que visitam o concelho.
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